Ar-condicionado vira raridade na prateleira das lojas em Santa Catarina

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Vendas de aparelhos acima do esperado desde novembro pegaram indústrias e comércio de surpresa


Com o calor que fez em Santa Catarina na semana passada, quem não tem ar-condicionado em casa, no mínimo, pensou em comprar um. Muitos destes consumidores não pensaram duas vezes e levaram para casa um aparelho de pelo menos R$ 1,2 mil.

As redes varejistas do Estado trabalham com furos no estoque e a indústria funciona a todo vapor. O ritmo de vendas deve continuar alto até março deste ano.

A empresa catarinense de condicionadores de ar Komeco se preparou para o verão com um estoque de 70 mil peças, 35% a mais do que o normal. Mas o número extra não foi suficiente.

Nos últimos meses, a companhia teve que produzir mais aparelhos e contratar 100 funcionários, que estão sendo treinados e começam a trabalhar na produção este mês.

O diretor comercial da Komeco, Sandro Seiti Suda, aposta no crescimento das vendas em janeiro, fevereiro e março. A expectativa é de 30% de crescimento em relação ao mesmo período de 2012.

— Nesse ano (2012) deu tudo certo. Quando o calor começa em novembro, e não apenas em meados de dezembro, as vendas explodem — explica o executivo.

A empresa registrou um aumento de 35% nas vendas de ar-condicionado no ano passado frente a 2011, sendo que o maior volume foi comercializado nos últimos três meses do ano.

Vendas em dezembro aumentaram quase 130%

Ainda mais surpreendente foi o salto nas vendas de condicionadores de ar, circuladores e ventiladores da rede Colombo, com 357 unidades no RS, SC, PR, SP e MG. Em novembro, a rede vendeu 81% mais que no mesmo mês de 2011 e, em dezembro, o aumento foi de 127%. O resultado surpreendeu os varejistas.


Fila de espera chega a durar um mês

A procura dos consumidores foi 60% maior do que estimavam os empresários, segundo o diretor comercial da Komeco, Sandro Suda. E o varejista que não se antecipou enfrenta desabastecimento.

E é claro que a demanda superando a oferta mexeu com os preços. Suda afirma que o valor dos aparelhos da Komeco está 20% mais alto. O ar-condicionado mais barato da empresa está por R$ 1,2 mil.

Na Berlanda, as 192 lojas em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul estão com falta de um dos aparelhos mais vendidos: o ar-condicionado quente e frio de 12 mil BTUs.
O gerente comercial da empresa, Gilson Bogo, afirma que, para os clientes dispostos a esperar, as lojas estão vendendo agora para entregar a partir de 20 de janeiro.

O executivo acrescenta que, normalmente, mesmo no verão, a rede vende de 80 a 100 aparelhos de ar-condicionado por dia. Mas, em dezembro, a média foi de 400 a 500 peças diariamente.

Os ventiladores também saíram bem. A Berlanda chegou a pedir para a indústria reforço na produção. Para o início deste ano, as lojas contam com um estoque de 20 mil ventiladores.

Na última sexta-feira, a loja da rede na Praia dos Ingleses, em Florianópolis, tinha apenas três ventiladores, e a expectativa dos vendedores é que eles seriam todos vendidos até o sábado. A partir daí, a loja ficaria sem opções para quem estivesse buscando uma solução para o calor.

O gerente comercial da Berlanda espera que as novas ondas de calor, previstas para o começo de janeiro e para uma semana em fevereiro e outra em março, garantam o mesmo ritmo de vendas do final do ano.

Em Blumenau, os principais varejistas zeraram os seus estoques em dezembro. Há lojas que prometem entregar aparelhos de ar-condicionado apenas em fevereiro.



Veículo: Diário Catarinense


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