A comercialização de trigo está difícil devido à falta de qualidade
O ano de 2012 foi bem atípico para o mercado de trigo no Brasil. Marcado por apresentar pequenas variações no mercado doméstico, o trigo, teve dois períodos distintos ao longo desse ano: o primeiro semestre foi de estabilidade e no segundo de rápida e forte elevação nos preços. "A quebra da produção no Hemisfério Norte deu ao mercado fundamentos para essa forte valorização no contexto internacional e a menor produção e produtividade no Mercosul trataram por acelerar esse processo", explica o analista de Safras & Mercado Renan Magro.
O ano começou com o governo movimentando o mercado de trigo através das operações de PEP e Pepro. Os leilões começaram em novembro e foram até 29 de março. Foram negociados 2.204 mil toneladas do total de 3.355 mil toneladas ofertas nas operações de PEP. Esse dado corresponde a 65,68%. Nos leilões de Pepro, 173 mil toneladas das 375 mil toneladas ofertadas foram negociadas, o equivalente a 46,15%. O valor total das operações (desde 10/11/12) é de R$ 200,699 milhões.
A expectativa era para uma safra cheia no país, especialmente no Rio Grande do Sul, repetindo o desempenho da temporada anterior. A novidade ficou por conta da redução da área cultivada no Paraná, tradicionalmente o maior produtor brasileiro, e o aumento no Rio Grande do Sul, que passou de segundo para primeiro em área cultivada. O desenrolar da safra estava bom, até que as geadas tardias prejudicaram as lavouras nos dois estados, mas afetando mais o cereal gaúcho. Como se já não fosse suficiente, as chuvas na poda de colheita prejudicaram ainda mais a qualidade do produto e reduziu significativamente a produtividade.
Área plantada - Segundo o relatório do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, a área destinada ao cultivo de trigo no estado deve apresentar queda de 27% no ano e passando de 1,064 milhão de hectares para 776,499 mil de hectares. O rendimento médio deve passar de 2,38 kg por hectare em 2010/11 para 2,72 kg por hectare na safra 2011/12, alta de 15%. Com isso, a produção deve cair 14% em 2011/12, passando de 2,452 milhões de toneladas para 2,114 milhões de toneladas.
No Rio Grande do Sul, segundo a Emater-RS, a safra foi encerrada com os produtores tentando colocar o produto no mercado. A comercialização tem sido difícil no sentido de que a qualidade dos grãos, em sua maioria, não apresenta qualidade exigida pelos moinhos.
Veículo: Diário do Comércio - MG