Após dois anos consecutivos de queda, a produção nacional de calçados voltará a crescer este ano. De acordo uma projeção do Instituto de Marketing Industrial (Iemi), o setor terá expansão de 3,8% em volume, para 835 milhões de pares.
O crescimento previsto para este ano, no entanto, ainda não é suficiente para levar a indústria calçadista nacional ao nível de produção de 2010. Em 2011 e 2012, houve queda de 8,4% e 1,8%, respectivamente, na quantidade de pares produzidos.
Durante esse período, alguns fatores prejudicaram diretamente o desempenho do setor: entrada de produtos importados, recuo as exportações devido ao câmbio e à crise mundial, o protecionismo da Argentina, um dos principais mercados da produção calçadista nacional.
As perspectivas são mais positivas agora. Com o dólar acima de R$ 2, as exportações voltam a ser uma alternativa para escoar a produção, embora o patamar cambial ainda esteja longe de ser considerado ideal pelos fabricantes.
De modo geral, a capacidade produtiva do setor é maior do que a demanda interna. Há um vácuo deixado pela queda das exportações nos últimos anos, fator que desmotiva novos investimentos em capacidade por parte das empresas.
Este ano, o melhor desempenho da indústria deve ser impulsionado pela redução dos encargos trabalhistas e a taxa básica de juros (Selic) abaixo de 8%. Em faturamento, o Iemi prevê expansão do setor da ordem de 5%, para R$ 24 bilhões, um pouco abaixo do crescimento de 5,5% registrado no ano passado em relação a 2011.
As oportunidades maiores de crescimento não estão na indústria, mas no varejo. A retirada do IPI reduzido para automóveis, eletrônicos e linha branca, que direcionou o consumo, deve dar um gás extra ao comércio de sapatos.
A previsão do Iemi é de que o varejo cresça 6,5% em faturamento este ano, para R$ 40,7 bilhões, praticamente o mesmo desempenho obtido em 2012. Em número de pares comercializados, a expectativa é de um avanço de 4,5%, para mais de 800 milhões de pares. O crescimento em volume em 2012 no comércio ficou em 4%.
Veículo: Valor Econômico