Alvo de intensa polêmica no lançamento, os cultivos transgênicos obtiveram ganhos de produtividade que são hoje a grande vantagem econômica da tecnologia no país. Representam 51% dos US$ 18,8 bilhões acumulados desde a adoção dos organismos geneticamente modificados – na safra 1996/1997–, segundo estudo divulgado pela Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem), a partir de dados da Céleres consultoria.
Essa fatia respondia por 44% até o estudo anterior e era ainda menor até 2009/2010: 27%. Em contrapartida, a redução de custos (52% em 2009/2010) caiu para 37% no relatório seguinte e, agora, chegou a 30%. Somados, ganhos com produtividade e redução de custos chegam a 81% dos benefícios econômicos gerados pelo uso de sementes geneticamente modificadas. Grande parte desse desempenho vem do milho, observa Anderson Galvão, da Céleres:
– O ganho em produtividade parte essencialmente desse grão.
Realizado com 360 agricultores dos principais Estados entre abril e junho, o trabalho confirma a ascensão do milho nas lavouras transgênicas – a cultura já ocupava a dianteira no levantamento do ano anterior, à frente da soja. Mas mostra pela primeira vez que o resultado de produção é mais relevante do que a simples redução de custos.
– Com o milho transgênico (a partir da safra 2008/2009), o ganho do produtor é o principal componente – explica Galvão, em referência a características do grão, como resistência a insetos.
Outro ponto importante, afirma o presidente da Abrasem, Narciso Barison Neto, é a lucratividade. De acordo com o estudo, o milho agora paga R$ 3 para cada real investido – na safra anterior, o valor era de R$ 2,60. Para efeito de comparação com o grão "comum": em uma propriedade com 50 hectares, a estimativa de renda adicional é de US$ 100 mil em quatro anos.
No Rio Grande do Sul , o milho transgênico alcançou 76,6% da área plantada das lavouras na safra 2011/12 e deve chegar a 88,6% em 2012/13. Ainda está abaixo da soja modificada, que já representa 99% da área plantada da lavoura gaúcha.
– Se está crescendo, é porque o agricultor vê vantagem – avalia o presidente da Abrasem.
No país, o milho ampliou para 58% o domínio nas lavouras geneticamente modificadas. Para a safra 2012/2013, estima-se que 37,1 milhão de hectares serão semeados com transgênicos no Brasil, contabilizando-se soja, milho e algodão.
Veículo: Zero Hora