Haco planeja avançar 30% em 2013 com aporte de R$ 32 mi

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Completando 85 anos de história, sob o comando da quarta geração da família Conrad, a fabricante catarinense de etiquetas para vestuário Haco faz planos ousados para o ano que se inicia. Com investimento total de R$ 32 milhões em 2013, a empresa espera crescer 30% em faturamento no ano. A meta é ambiciosa, se consideradas as dificuldades de um setor têxtil e de confecção que projeta crescimento anual de até 2% para a indústria e de 4% para o varejo, segundo estimativa da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit).

"Nos mercados desenvolvidos, as empresas começaram com etiqueta tecida e hoje vendem todo um pacote de soluções de identificação. O movimento da Haco é nesse sentido", afirma o presidente da Haco, Alberto Conrad Lowndes. Assim, a companhia acaba de fechar a aquisição de uma empresa especializada na fabricação de adesivos têxteis, a Publicidatas, de Farroupilha (RS).

"Trata-se de um grande investimento na área de embelezamento [embellishment], são etiquetas que ficam do lado de fora da peça, para valorizar a roupa", conta Lowndes. Segundo ele, hoje a Haco é a única empresa do País com uma unidade de negócios voltada especificamente para este segmento. O aporte totalizará R$ 10 milhões, entre a aquisição e investimentos na fábrica, que hoje conta com 60 funcionários, mas deve chegar a 300 trabalhadores até o fim do ano.

Na área fabril, a empresa planeja ainda mais do que triplicar sua capacidade produtiva gráfica. "Serão investidos R$ 22 milhões, sendo R$ 18 milhões em máquinas e o restante em capital de giro", conta Lowndes. O aporte contemplará tanto o parque gráfico da companhia em Santa Catarina, quanto a planta cearense. Com a mudança, a fabricante deve agregar novos produtos a seu portfólio. Embora prefira não adiantar detalhes, pois as novas máquinas só chegam no fim do primeiro semestre, o presidente da Haco admite que a produção de embalagens pode ser um caminho natural para a empresa.

Outra novidade é que a fabricante passa a vender também cintos de cadarço, voltados para o público masculino. "Vamos passar de vender a matéria-prima para vender o produto acabado a grandes varejistas nacionais. Uma nova unidade de negócios, de maior valor agregado, que neste primeiro ano deve faturar cerca de R$ 5 milhões", projeta.

No segundo semestre de 2012, a empresa lançou também lacres de autenticidade para a prevenção de falsificação. Outro novo segmento de atuação é o de acessórios de metal, fabricados através de terceirização, por parceiros homologados no Brasil e na Ásia. "Nosso principal negócio continua sendo a etiqueta tecida, mas as outras áreas de atuação têm crescido em maior velocidade. As etiquetas ainda representam cerca de 65% do faturamento da empresa, mas a tendência é que as outras frentes de atuação ganhem espaço na geração de receita", diz.

Demanda aquecida

Segundo o executivo, a Haco faturou R$ 150 milhões em 2012. "No ano passado, nosso crescimento foi marginal, foi um ano bem mediano", conta Lowndes, que credita o desempenho pouco impressionante ao crescimento contido do varejo têxtil no ano passado. "Para este ano, estamos com muita coisa nova, um investimento muito grande, e acredito que, macroeconomicamente, o Brasil vai começar a entrar nos trilhos", afirma. Além disso, o avanço do varejo fast fashion, com sua oferta contínua de novidades, deve aquecer a demanda por etiquetas, aposta.

A companhia conta atualmente com seis fábricas, em Blumenau, Massaranduba e Criciúma (SC), Eusébio (CE) e Covilhão (Portugal), além da recém-adquirida unidade no Rio Grande do Sul e de um escritório em Hong Kong, inaugurado em 2011. Contando com sua equipe de vendas, a empresa conta com 2,1 mil trabalhadores. "Deve haver este ano um aumento de 12% a 15% no quadro de funcionários. O crescimento não é proporcional, pois haverá ganhos de escala e de produtividade", diz o empresário.

A produção é calculada em 3,5 bilhões de etiquetas ao ano, ou 800 mil metros diários. A exportação, que chegou a representar mais da metade do faturamento da empresa no início da década de 1990, atualmente tem participação marginal nos negócios. "Hoje as exportações são cerca de 5% da receita, tendo os Estados Unidos como maior comprador", relata Lowndes. Segundo ele, ainda assim, a empresa não teve queda de faturamento, pois o mercado interno absorveu a produção antes exportada. A Haco calcula ter entre 65% e 70% do mercado nacional de etiquetas.

A médio prazo, o presidente da empresa vê a possibilidade de expansão da nova unidade de negócios de termocolantes para a produção de etiquetas resinadas em poliuretano (PU), que podem ser aplicadas, por exemplo, no setor automotivo e de linha branca. "A linha de tecidos jacquard, que lançamos ano passado, também traz novas possibilidades ao setor de decoração", diz. "Nosso planejamento é não fechar o olho para oportunidades, mas antes exaurir as que estão nas nossas mãos."



Veículo: DCI


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