Indústria de chocolate prevê boom de vendas

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Em 2012, a indústria de chocolate produziu 650 mil toneladas de produtos


O Carnaval ainda nem chegou e as chocolaterias de Belo Horizonte já estão de olho na Páscoa. Elas iniciaram, na segunda quinzena de janeiro, a produção de ovos e outros produtos especiais para a data e esperam crescimento de até 30% nas vendas deste ano com relação a 2012. Em comparação com meses normais, as vendas nos 30 dias que antecedem a Páscoa (31 de março) chegam a crescer 200%.

Na fábrica da Lalka, instalada no bairro Floresta, na região Leste da capital mineira, a fabricação dos ovos teve início no dia 15 de janeiro. O sócio-proprietário da empresa, Roberto Grochowski, explica que a produção começa pelos ovos menores, que dão mais trabalho para embalar. A Lalka produz ovos de tamanhos diversos, que vão desde 10 gramas até 25 quilos. A fabricação segue até a data da Páscoa.

Atualmente, a Lalka tem nove lojas em Belo Horizonte. A empresa ainda vende seus produtos para parceiros no interior do Estado. Grochowski calcula que neste ano serão produzidas cerca de 4,5 toneladas de chocolate para a Páscoa. Esse número vai representar crescimento de 10% com relação à produção de 2012. Entre as principais apostas estão ovos diferenciados, que levam ingredientes como nozes, avelãs, castanhas e até licores.

Nos 30 dias que antecedem a Páscoa as vendas da Lalka crescem até 200% em comparação com meses normais, quando não há datas comemorativas. Para atender a essa demanda, a empresa contrata cerca de dez profissionais para atuar na fábrica nesse período. As nove lojas também contratam temporários para ajudar nas vendas. "A contratação de vendedores depende da demanda de cada loja", explica Grochowski.

A marca Qoy, antiga Doce Cacau, deve produzir cerca de 4 toneladas de produtos para a Páscoa. A fábrica está instalada no bairro Funcionários, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. A diretora comercial da empresa, Flávia Falci Tavares, afirma que a produção começou no último dia 20 e vai seguir até a Páscoa.

"A durabilidade do chocolate é grande, mas depois de certo tempo ele perde água e não fica mais tão cremoso. Então entendemos que para manter a qualidade final o produto precisa ser fresco", afirma. Ela informa que a empresa vai apostar em embalagens diferenciadas para dar destaque aos produtos nessa Páscoa.

Atualmente, a fábrica da Qoy atende a dez lojas. Elas estão espalhadas por Belo Horizonte, Congonhas (Campos das Vertentes), São Paulo, São Caetano (SP) e Imperatriz do Maranhão. Na Páscoa do ano passado eram sete unidades. "Abrimos mais três lojas nesse período e, com isso, nosso crescimento deve ficar em torno de 30% sobre o ano passado", diz Flávia Falci. Para atender a demanda dessa época a empresa contrata 30 funcionários temporários para atuar na fábrica e nas lojas.


Diferencial - As vendas da Páscoa atraem inclusive empresas que não são especialistas em chocolates. A J’Adore, instalada no bairro Santo Agostinho, na região Centro-Sul da capital mineira, comercializa os produtos do buffet Pimenta Gastronomia e nessa época do ano aposta em ovos de chocolate e cupcakes para incrementar as vendas.

A proprietária da loja, Letícia Pimenta, afirma que neste ano a empresa irá trabalhar com ovos recheados com sorvetes e cupcakes especiais. A empresa utiliza chocolate meio amargo, branco e diet na produção dos ovos. A produção dos sorvetes já começou, mas o chocolate começa a ser fabricado somente depois do Carnaval. A fábrica da J’Adore fica no bairro Taquaril, na região Leste de Belo Horizonte.

Ela calcula que para a Páscoa deste ano serão produzidos 600 ovos. No ano passado foram 500. Eles têm 250 gramas e cada lado do ovo é recheado com um sabor de sorvete. Os preços variam de R$ 30 a R$ 40, de acordo com o chocolate e o sabor do sorvete.

Letícia Pimenta afirma que a expectativa de crescimento, de 20%, se deve ao investimento que foi feito em divulgação. "Nós vamos trabalhar com campanha em redes sociais e em pop cards que serão espalhados por bares, restaurantes e boates. Neste ano a campanha vai ser curta, porque a Páscoa está próxima do início do ano, então achamos melhor trabalhar com dois canais de publicidade", afirma.

Balanço - Em 2012, a indústria de chocolate se manteve estável com relação a 2011, com a produção de 650 mil toneladas de produtos. O dado foi divulgado nesta semana pela Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab). De acordo com dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o preço dos chocolates teve alta de 3,71% no ano passado.

Os resultados atingidos pela Arcor do Brasil na Páscoa 2012 foram os maiores da história da empresa, 20% de crescimento em faturamento. Para a Páscoa 2013 a expectativa é avançar aproximadamente 30%. Já a Cacau Show, maior rede de chocolates finos do mundo, prevê produzir mais de 9 milhões de itens neste ano.

O Grupo CRM, empresa com planta em Extrema, no Sul de Minas Gerais, que detém as marcas Kopenhagen e Brasil Cacau, prevê que a produção em 2013 será 59% superior à do ano passado. A data representa o principal período de vendas para o grupo e é considerado um 13º mês em vendas, o que significa 30% do total do faturamento da indústria. Em 2012, a Páscoa representou R$ 143,3 milhões no total do ano, quando consideradas as vendas de toda a rede de lojas. A produção 2013 de alguns itens começou no final de 2012 e será finalizada dez dias antes do feriado pascal.


Data vai abrir 20 mil vagas em diversas áreas

Páscoa movimenta a economia e oferece boas oportunidades de trabalho

As indústrias já se preparam para o período de produção dos ovos de Páscoa e buscam reforços na contratação de mão de obra temporária. A data já movimenta a economia e oferece boas oportunidades de trabalho, com a abertura de mais de 20 mil vagas. Segundo as indústrias associadas da Abicab, este contingente visa a atender o aumento de demanda que acontece nesta época do ano, nas áreas de produção, promoção e vendas.

A Barion se prepara para a Páscoa com a contratação de 80 temporários para produção e 50 promotores, assim como a Cacau Show que contrata cerca de 3.600 temporários para 1.200 lojas da rede. A Cory espera a chegada de 200 funcionários temporários, sendo 150 para a fábrica e 50 para o atendimento no varejo.

Já a Garoto contará com 600 colaboradores temporários, movimento que se repete com o Grupo CRM, detentor da Kopenhagen e Chocolates Brasil Cacau, que incorporou cerca de 300 trabalhadores, para atuar no seu complexo industrial na cidade de Extrema, Sul de Minas Gerais. A empresa espera utilizar boa parte dessa mão de obra para a produção de Páscoa. Para as lojas próprias das marcas são 120 vagas, já para as franquias as contratações são feitas diretamente com os franqueados.

Lacta e Munik também se movimentam para a data. A Lacta investe pesado com 993 contratações para a produção e 8 mil para vendas e a Munik recrutando 100 colaboradores temporários para as lojas e 60 para a fábrica, localizada em São Paulo.

3.500 é o número de temporários que a Nestlé inclui no seu time para potencializar sua produção e pontos de venda. Para atender à demanda de mercado, a Pandurata (Bauducco, Visconti e Hershey’s) contará com 1.300 temporários em todo o país, entre fábricas e vendas.

A Top Cau, por sua vez, contratou 600 colaboradores para a linha de produção, além de 1.000 promotores para os pontos de venda entre os meses de fevereiro e março de 2013 e a Village contrata 500 temporários para a produção.


Veículo: Diário do Comércio - MG


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