Em 2012, foram processadas 25 t de azeitonas, com extração de 3,20 t de azeite
Os produtores de azeite da microrregião dos Contrafortes da Mantiqueira, no Sul de Minas, poderão conquistar, ainda neste ano, o registro de indicação geográfica e denominação de origem. Técnicos especializados das Superintendências Federais de Agricultura dos Estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro irão a Maria da Fé, também no Sul de Minas, para conhecer todo o processo de fabricação do azeite.
De acordo com o presidente da Associação dos Olivicultores dos Contrafortes da Mantiqueira (Assoolive), Nilton Caetano Oliveira, os produtores estão otimistas com a visita, e a expectativa é conquistar o selo ainda neste ano.
"Em dezembro recebemos a primeira visita dos técnicos, que conheceram as áreas produtivas. Agora eles irão avaliar desde a chegada das azeitonas à indústria até a produção do azeite. Estamos otimistas e acreditamos que o documento a ser expedido pelo ministério será favorável à produção. A associação já está com os trabalhos adiantados e já formulamos o modelo do selo de identificação", disse.
A visita dos representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) acontece durante o Dia de Campo sobre Olivicultura, que será realizado pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) em Maria da Fé, nos dias 20 a 22 de fevereiro.
De acordo com as informações do Mapa, o processo de registro, indicação geográfica e denominação de origem para o azeite produzido nos Contrafortes da Mantiqueira foi iniciado pela Epamig-MG e Assolive. Caso conquistado, este será o primeiro registro de origem de azeite no Brasil e na América Latina.
A área geográfica do "Azeite dos Contrafortes da Mantiqueira" é de cerca de 5,842 milhões de hectares aptos ao desenvolvimento da olivicultura e integra 184 municípios da região.
Características - A região apresenta características edafoclimáticas e aspectos socioeconômicos adequados para a produção de azeitona de mesa e para extração de azeite, através de um sistema de certificação e controle da qualidade. A alta demanda registrada no mercado e o grande volume de azeite importado pelo país, cerca de 50 mil toneladas por ano, são fatores que vêm estimulando os aportes no produto mineiro.
"Temos todas as condições favoráveis para a produção de azeite, que vão desde o clima até o mercado consumidor já formado. Com o selo, a expectativa é ampliar a produção, agregar valor e abrir oportunidades em novos mercados", disse Oliveira.
De acordo com as informações do Núcleo Tecnológico Azeitona e Azeite da Epamig, em 2012 foram processadas 25 toneladas de azeitonas, permitindo a extração de 3,2 toneladas de azeite. O litro do produto é negociado em torno de R$ 140, valor altamente lucrativo e que tem incentivado o ingresso de novos produtores.
Para este ano a expectativa é ampliar a produção. Ao todo, serão processadas 100 toneladas de azeitonas, rendendo 12,8 toneladas de azeite. Segundo a Assoolive, a produção estimada para 2015, nessa região, é de 800 toneladas de azeite, o que equivale a 1,6% da importação brasileira. Atualmente a área plantada é de mil hectares, onde são cultivadas 400 mil oliveiras. Deste total, apenas 5% estão em fase de produção.
O pedido de indicação geográfica tem como objetivo diferenciar e singularizar o produto com reputação vinculada ao território. Além de proteger a genuinidade e a qualidade desse produto, o registro também pode combater a concorrência de produtos similares sem vínculo com o território.
Veículo: Diário do Comércio - MG