Setor têxtil espera que governo crie cotas para importação a partir de abril

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Sem proteção, indústria têxtil tem déficit de US$ 5,3 bilhões no saldo de sua balança comercial


A falta de competitividade da indústria têxtil nacional frente aos produtos importados, principalmente chineses, levou o setor a registrar em 2012 um déficit de US$ 5,3 bilhões no saldo de sua balança comercial, resultado que pode ser agravado para US$ 5,8 bilhões este ano caso o governo não adote alguma medida de proteção, revela Ronald Masijah, presidente do Sindivestuário.

A solução apontada está em o governo oferecer regime diferenciado à indústria têxtil para que se enquadre no Simples Nacional, o que significa isenção de teto de receita gerada, fixado hoje em R$ 3 milhões, e a adoção ao pedido de salvaguarda no período de três anos, explica Masijah. O pedido de salvaguarda — regime que impõe cotas à importação de produtos —foi registrado junto aoMinistério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (MDIC) em agosto de 2012. A expectativa é que em abril o governo dê um parecer positivo. “Quanto ao Simples, queremos que o governo conceda essa diferenciação tributária para toda e qualquer empresa dentro da cadeia têxtil e vestuário por um período suficientemente longo. Isso permitirá ao empresário a retomada de produção de forma a se tornar competitiva frente aos produtos importados”, detalha.

A falta de uma medida como essa levou o setor a registrar em 2012 queda de 8,8% na geração de emprego, o que representa 140 mil pessoas fora do mercado de trabalho. “O setor não sobrevive se não houver esse regime”, destaca.

Alfredo Bonduki, presidente do Sinditêxtil/SP, conta que os empresários do setor já trabalham com planos de aumento de investimentos com o objetivo de alavancar a produtividade. Em 2012, o montante somou R$ 2,2 bilhões em todo o país, sendo o estado de São Paulo responsável por 40% desse total. “Essa cifra pode subir para R$ 3 bilhões por ano, com capacidade de gerar 430 mil novos empregos nos próximos cinco anos”, revela.

Em nota à imprensa, a Associação Brasileira do Varejo Têxtil (Abvtex), que representa as grandes redes de varejo de vestuário do país, aponta que o clamor da indústria é bastante oportuno, visto que a alta carga tributária brasileira tira a competitividade do setor, dificulta os investimentos e, consequentemente, prejudica o seu crescimento.

Contudo, a associação argumenta que a pressão feita em cima do governo para a abertura de processo para adoção de salvaguardas para o setor de vestuário é uma ação injustificada. “Um mercado fechado às importações gera acomodação dos empresários frente à falta de concorrência internacional e diminuem o investimento, aumentando a ineficiência nas indústrias, diminuindo a escala produtiva e ampliando o custo do produto nacional. É sabido que o preço do vestuário no Brasil é umdos mais caros do mundo e isto vem incentivando a 'exportação' de consumidores brasileiros”, disse a entidade por meio de nota.


Veículo: Brasil Econômico


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