Com o fechamento do comércio de Belo Horizonte durante os dias de Carnaval (sábado, segunda e terça-feira) e na manhã da quarta-feira de Cinzas, o setor deixou de faturar cerca de R$ 180 milhões, segundo estimativas da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL-BH). Os dados tomam como base a movimentação diária de R$ 60 milhões pelo comércio da cidade.
O desempenho negativo do comércio belo-horizontino no período de Carnaval já é de praxe, mas na avaliação da economista da CDL Ana Paula Bastos, a comemoração no início de fevereiro contribui parta reduzir os danos, já que as empresas terão mais dias para se recuperar antes do término do mês.
"Início de ano não é um período bom para as vendas porque as pessoas estão endividadas e pagando compromissos, mas quando o Carnaval vai para março, como em 2012, o movimento só é retomado depois que ele acaba. Então, para o comércio é melhor acontecer como este ano. Passando logo a festa as pessoas retornam à cidade e retomam a vida e as compras", afirma. De qualquer forma, a previsão da CDL é de que as vendas de fevereiro não tenham crescimento sobre as de janeiro, mês em que Belo Horizonte também fica vazia.
A capital mineira tem uma peculiaridade em relação a outros municípios, é que apesar de o Carnaval não ser considerado um feriado, de acordo com a convenção coletiva de trabalho celebrada entre os sindicatos do comércio (Sindilojas, Sincopeças, Sincagen, Sindimaco e Sincateva) e o Sindicato dos Empregados no Comércio de Belo Horizonte (SEC-BH), as lojas da não podem funcionar na segunda-feira.
O motivo é a comemoração Dia do Comerciário, que cai em outubro, mas tem o feriado transferido para o Carnaval. Apenas alguns estabelecimentos - como farmácias, padarias, bancas, restaurantes, bares e outros - têm autorização para abrir.
Até o comércio varejista de gêneros alimentícios fica impedido de abrir na segunda de Carnaval, por força da convenção coletiva celebrada entre o Sincovaga-BH e o SEC-BH. Dessa forma, a cidade passa todo o período com ares de domingo, com lojas de ruas e shopping centers fechados e quase nehum movimento nas ruas.
Amis - Segundo informações da Associação Mineira de Supermercados (Amis), parte das vendas que deixam de ser feitas durante o Carnaval é transferida para outras datas ou para outros municípios, e boa parte acaba ficando em Minas Gerais, embora não em Belo Horizonte.
Este ano mais moradores permaneceram na cidade. E a presença maior foi sentida pelos Super Nosso do Xuá, supermercado da região Sul da cidade, na avenida Nossa Senhora do Carmo. O número de clientes ali cresceu 13,3%, enquanto as vendas aumentaram 22% em relação ao Carnaval de 2012.
Veículo: Diário do Comércio - MG