A Sondagem da Indústria de Embalagem, produzida pela Abre, entidade que representa o setor, e pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), indica que o ano começou "muito melhor" do que foi o início de 2012 para os fabricantes de embalagens. "A sondagem mostra que a demanda ainda está fraca, mas em recuperação", disse Salomão Quadros, coordenador de análises econômicas do Ibre. O estudo foi realizado entre 2 e 31 de janeiro com 130 empresas.
De acordo com Quadros, o nível dos estoques da indústria no mês passado, próximo a zero e um dos menores nos últimos cinco anos, constitui pré-condição para expansão da produção. "Os fundamentos para crescimento moderado permanecem. Mesmo no pior cenário, deve haver expansão de 1% na produção [da indústria de embalagens]", afirmou.
No melhor cenário, que leva em conta o ritmo de crescimento verificado no quarto trimestre - alta de 2,2% na comparação anual -, a produção física deve crescer até 2% em 2013. Permanecem incertezas, contudo, relacionadas às medidas que serão adotadas pelo governo para controlar a inflação e o câmbio, que tem impacto nos custos do setor e na competição com produtos importados que chegam embalados ao país.
"O cenário é de otimismo cauteloso. Alguns sustos podem ocorrer, mas não a ponto de derrubar o setor", afirmou. em 2012, a produção física de embalagens recuou 1,19%, pressionada pelo desempenho dos seis primeiros meses do ano, quando houve queda de 3,99%, na comparação anual.
O recuo na produção do setor em 2012 foi ligeiramente pior do que a previsão revisada em agosto, que apontava queda de 1%, de acordo com estudo da Abre. No início do ano passado, a estimativa era de crescimento de 1,6%.
Conforme o estudo, pesou sobre o desempenho a retração de 3,99% na produção de embalagens verificada no primeiro semestre, que não foi compensada pela alta de 1,6% nos seis últimos meses de 2012, na comparação anual.
Por segmento, a indústria de embalagens de plástico registrou o melhor desempenho anual em termos de produção física, com expansão de 0,44%, a única a mostrar variação positiva. Embalagens de papel, papelão e cartão mostraram queda de 0,97%, seguidas de metal (baixa de 1,13%) e vidro (recuo de 5,69%). Embalagens de madeira tiveram o pior desempenho da indústria, com retração de 10,20%.
A receita líquida da indústria avançou 3% no ano, para R$ 46,1 bilhões. O nível de utilização da capacidade instalada encerrou o ano em 86,1%. Para 2013, a receita projetada para a indústria de embalagens é de R$ 48 bilhões, com alta de cerca de 4% na comparação anual.
Veículo: Valor Econômico