Alimentação lidera a disputa em shoppings

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As praças de alimentação têm despontado como polo importante de investimento das operações dentro de shopping centers, e, de acordo com administradoras do ramo, a demanda por áreas voltadas para a comercialização de refeições começa a superar até mesmo a de lojas de vestuário, acessórios e calçados - carros-chefe da maioria dos grandes estabelecimentos brasileiros.

Atento às mudanças do perfil dos consumidores, por conta da demanda em alimentação fora do lar, Marcos Romiti, presidente da Nassau Empreendimentos - responsável pela administração do Shopping Center 3, na capital paulista - e detentor de participação societária em outros empreendimentos, revelou ao DCI que na fase do acerto de contrato para locação de espaços, a procura é maior por áreas reservadas a restaurantes e lanchonetes. "Penso até em aumentar a extensão destinada para esse tipo de modalidade. Hoje, menos de mil lugares destinados a uma praça de alimentação é inviável para um centro de compras", disse ele.

O executivo também constatou que o ritmo de venda dos perímetros se acelera quando o projeto chega à sua reta final de conclusão. Romiti tomou como exemplo o Atrium Shopping, localizado em Santo André, no ABC Paulista, cuja inauguração está prevista para setembro deste ano. "Os lojistas estão mais empenhados, porque só faltam sete meses para finalizar as obras."

A área de 1.200 lugares exclusiva para a praça de alimentação do local, que ainda está em construção, já está 100% preenchida, com 20 marcas conhecidas, como Pizza Hut, Bob's, Subway, Burger King, Vivenda do Camarão, Divino Fogão, Gendai/China in Box e Seletti.

O interesse dessas redes, cuja maioria atua por sistema de franquia, está no público visitante, fator que confirma a opinião de Cesar Garbin, sócio e diretor de operações da 5R Shopping Centers, outra importante administradora do ramo. "O setor de franquias hoje está muito evoluído. E a grande maioria das lojas de alimentos é de franquias", declarou ele.

Para o executivo, o fenômeno de crescimento das praças de alimentação também é responsável pelo processo de consolidação do segmento, que ao longo do tempo passou por profundas mudanças em sua estrutura.

É importante destacar que a praça de alimentação não impulsiona apenas a atividade de restaurantes e lanchonetes, mas também a de negócios variados, cuja localização fica próxima à sua área de influência.

Evolução

O negócio de shopping centers se tornou atualmente um dos mais rentáveis do Brasil. Resultado de um processo de maturação de longa data, o segmento é uma das molas propulsoras do varejo nacional, cujo crescimento anual supera o do Produto Interno Bruto (PIB). Para que esse amadurecimento, porém, chegasse ao nível em que se encontra hoje foi necessária a implementação de uma série de mudanças, além do aumento da área das praças de alimentação. Entre elas, se destacam o espaço maior reservado a salas de cinema, a lojas de serviço, e a atividades de lazer - todas alinhadas ao novo propósito que os centros comerciais adquiriram para a sociedade.

"No passado, 100% das pessoas iam aos centros comerciais para fazer compras. Hoje, esse mesmo percentual se reduziu para 40%", disse o presidente da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), Luiz Fernando Veiga, na divulgação de dados do setor, no início do ano.

A mesma pesquisa mostra que 16% das pessoas vão a shoppings para passear (ver vitrines), 12% para comer (ir a lanchonetes, restaurantes ou cafés), 11% para serviços, 6% para encontrar pessoas, 5% para pagar contas em lojas, 3% para ir ao cinema, e 7% por motivos que não os apresentados acima.

"O shopping brasileiro hoje é um centro da comunidade", disse Romiti, da Nassau, fazendo uma comparação com o mesmo segmento norte-americano, cujo foco de operação ainda se concentra nas lojas do varejo.

Outra diferença apontada pelo executivo se refere ao tamanho das lojas. Nos Estados Unidos, é comum um cliente se deparar com operações enormes dentro dos centros comerciais - bem diferente do que acontece no Brasil, onde os lojistas preferem unidades menores.

Além de ser vantajoso para o empreendedor, já que o custo de locação fica mais baixo, o negócio também favorece os administradores, uma vez que sobra mais espaço para a instalação de salas de cinema e de praças de alimentação.

Atento à movimentação que o cinema tem trazido aos shopping centers, Marcos Romiti disse que a empresa tem investido na instalação de numerosas salas de exibição, e tecnologia de ponta.

Ainda segundo especialistas, cerca de 20% das compras do varejo brasileiro passam por centros comerciais.



Veículo: DCI



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