E-commerce de produto pet expande com lojas físicas

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Meu Mundo Pet já tem três lojas físicas (duas próprias e uma franquia) e planeja abrir mais oito em 2013


Após alguns anos trabalhando como consultor de comércio eletrônico para grandes empresas, o jovem Daniel Nepomuceno recebeu uma oferta indeclinável. Um investidor anjo solicitou seus serviços para que ele fosse responsável por gerirume-commerce voltado ao mundo pet, que estava a ponto de fechar as portas pormaus desempenhos financeiros. Além do desafio profissional, o empreendedor vislumbrava umcrescimento gradativo para o segmento, que poderia lhe trazer frutos. O sucesso do projeto não o tornaria apenas um bom gestor, como faria dele um dos sócios da empresa.

Mesmo sem criar o e-commerce voltado ao mundo animal, Nepomuceno conseguiu adequar o negócio à sua maneira de administração e o transformouemumados maiores estabelecimentos do setor. Durante a pesquisa de mercado, percebeu que o mundo animal oferecia possibilidades de ganhos inestimáveis. Nepomuceno percebeu, contudo, que mesmo com projeções positivas, a oferta de serviços era mínima e de baixa qualidade. “Ninguém tinha feito direito ainda. Havia alguns sites, mas nenhum era referência. É um mercado grande, com oportunidade e eu tinha muitas possibilidades de ganho. Com isso, não pensei duas vezes, e entrei no negócio”, avalia.

O investimento inicial foi de R$1 milhão, sendo distribuídos em aportes em tecnologia, estrutura física e espaço. A prova do sucesso e da sede de expansão dos empresários é que desde 2010, quando assumiram o comando do Meu Mundo Pet, os investimentos já ultrapassaram a barreira dos R$ 15 milhões. Cauteloso, o empresário evita divulgar números por estar constantemente buscando novos aportes com fundos de investimento. “Número muitas vezes afujentam possíveis parcerias. Mas podemos dizer que desde 2010, conseguimos triplicar nosso faturamento anualmente”, explica Nepomuceno.

Outro aspecto destacado comomotivo para o resultado satisfatório são as parcerias estabelecidas nos últimos dois anos. Entre todas as associações já realizadas, o empresário enfatiza que a parceria com a Nova Pontocom, do Grupo Pão de Açúcar, é uma das grandes apostas do Meu Amigo Pet. “A integração dos sistemas das duas empresas deve ser positiva para os dois lados. Estamos muito satisfeitos porque acreditamos que essa associação aumentará ainda mais o nosso faturamento.” O gestor do e-commerce pet realizoumovimento inverso do que o que outros empresários realizam. Satisfeitos com os números apresentados nos dois primeiros anos de presença virtual, Nepomuceno e os sócios decidiram investir pesado na abertura de lojas físicas. “Desde 2010, já éramos procurados por investidores para abrir franquias do nosso site. A decisão de ampliar o ramo de atuação foi determinada por uma pesquisa que realizamos, na qual identificamos que os consumidores confiavam muita mais em comprar no sites de comércio eletrônico de empresas que também tinham suas lojas físicas. Além disso, poderíamos ganhar rapidamente emescala para compra de produtos e disseminar a marca para pessoas que não teriam acesso à internet”, conta o empresário.

Com investimento milionário, o projeto alcançou expansão inimaginável e em2012 foramabertas duas lojas físicas próprias e uma franquia do Meu Amigo Pet. Para 2013, Nepomuceno estima que serão abertas 8 lojas, somando 11 até o final do ano. O número de funcionários diretos, que já passa de 60, surpreende pelo fato de a empresa estar muito mais presente no mundo virtual. Para Nepomuceno, os grandes desafios enfrentados ao longo dos últimos três anos foram os artifícios para convencer o consumidor a comprar os mimos para seu animal por internet e as questões de logística, como tentar encontrar um frete que não pesasse no bolso do cliente. Por outro lado, a maior vantagem apontada foi o fato de ser um mercado muito pulverizado, que não está concentrado nas mãos de grandes redes.

A preocupação com o bem-estar dos animais também contribuiu para que o Meu Amigo Pet caísse nos gostos dos protetores dos bichinhos. A boa fase reflete no número de fãs da marca no Facebook, que já passa de 1,2 milhão de seguidores. Entre os produtos mais vendidos, Nepomuceno destaca a ração, além de produtos personalizados, como almofadas que levam estampadas as imagens do artista plástico Romero Brito, parceiro recente do grupo. Diante das projeções animadoras para o setor de e-commerce e para o segmento de mercado pet, o empresário acredita que a união das duas linhas fará com que o faturamento do Meu Mundo Pet mantenha o ritmo atual e fique bem além da estabilidade. “Com a atual condição, não acredito na estabilização ou que cresçamos apenas 100%. Um crescimento entre 200% e 300% é a nossa aposta para os próximos dois anos.”


Alimentação se destaca nas vendas



Segmento pet conquistou espaço no Brasil, que detém a segunda maior receita global



Dividido em quatro segmentos, o mercado pet brasileiro ainda tem na alimentação a sua principal fonte de receita, correspondendo a 69% do total do faturamento. Na sequência, aparecem os serviços, com 16%, produtos veterinários (8%) e os acessórios, produtos para higiene e beleza representam 7% da receita total. As informações são referentes ao ano de 2011 e fazem parte de relatório divulgado pela Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet).

Apenas naquele ano, o mercado referente a serviços para os animais de estimação movimentou R$ 12,2 bilhões e empregou mais de 1 milhão de pessoas. O segmento conta com mais de 520 indústrias e o potencial de crescimento indica que esse número deve aumentar nos próximos anos. O desempenho favorável do segmento reflete no posicionamento do Brasil no cenário internacional.

O país tem o segundo maior faturamento do mundo (8% de participação no mercado mundial), atrás apenas dos Estados Unidos (32%). Em 2011, as exportações de produtos destinados a animais de estimação somaram US$ 162,7 milhões. O potencial de mercado reflete as necessidade do cenário interno. A demanda de alimentos já ultrapassou a barreira dos 4,5 milhões de toneladas, enquanto o abastecimento da indústria nacional só consegue sustentar 41,1% deste total, produzindo 1,93 milhão de toneladas.


Veículo: Brasil Econômico


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