Remédios podem variar até 143,5% em Fortaleza

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Consultar preços antes é o melhor remédio para aproveitar a ´briga´ de descontos entre as farmácias da cidade

Comprar qualquer medicamento nas farmácias de Fortaleza exige tempo e muita disposição do consumidor para garantir uma boa economia. Pesquisa direta realizada ontem pela reportagem em cinco grandes redes de farmácia que atuam na Capital cearense revelou que a diferença de preços numa mesma apresentação de igual princípio pode chegar a 143,5%.

Entre os fatores que favorecem a expansão do mercado farmacêutico ganha destaque, o aumento da renda familiar no País, mas o consumidor não deve prescindir da pesquisa FOTO: KID JÚNIOR

É o caso do Glifage XR (metformina) indicado para o tratamento da diabetes, doença muito comum nos dias de hoje e que atinge mais da metade da população com idade a partir de 40 anos. A mesma marca do remédio custa R$ 5,40 na Farmácia Santa Branca, mas pode ser encontrada por mais do que o dobro ou R$ 13,15, na Telejuca.

Medicamento tradicional

A segunda maior variação, de 88,2%, atinge um medicamento tradicional e muito procurado: o Elixir Paregórico, usado para cólicas e outras indisposições do aparelho digestivo. O frasco de 30 mililitros (ml), em gotas, varia de R$ 8,90 a R$ 16,75 nas farmácias Telejuca e Dose Certa, respectivamente.

Outro exemplo de medicamento que acabou chamando a atenção foi o Claritin Xarope, vendido a R$ 30,97 na Santa Branca e a R$ 20,48 na Telejuca - uma diferença de 51,22% ou, em valores reais, de R$ 10,45.

Já o Buscopan Composto em gotas na apresentação de 20 ml custa R$ 7,43 na Pague Menos e R$ 10,63 na Santa Branca, resultando assim numa variação de 43,06%. Diferença semelhante (42,85%) ocorre com uma simples cartela de Tylenol de 750g. O analgésico encontrado por R$ 3,22 na Pague Menos, sai por R$ 4,60 na Dose Certa.

Recomendação

Para evitar dor de cabeça, o presidente do Sincofarma-CE (Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Ceará), Antônio Félix, recomenda: "a pesquisa é sempre o melhor remédio". É que, segundo ele, há vários fatores que influenciam os preços de medicamentos.

"O preço depende se o medicamento é fracionado, da marca e, principalmente, da negociação com o laboratório. Eles é que definem o desconto para cada cliente. Se uma rede de farmácias compra mais, é natural que ela receba maior desconto. Então, com essa briga de descontos que há entre farmácias, elas geralmente repassam o que ganham para o consumidor final para ficarem a frente da concorrência", explica Félix.

Ainda segundo o presidente do Sincofarma-CE, no caso de anticoncepcionais e remédios para hipertensão ou diabetes, como é o caso do Glifage XR, que lidera a variação de preços na pesquisa, o consumidor pode até obtê-los de graça.

"Apresentando a receita médica, a identidade e o comprovante de endereço no balcão da farmácia, o medicamento é custeado 100% pelo governo federal. Pode ser rico ou pobre, esse é um direito garantido à população, mas muita gente não sabe disso", assinala.

Mercado

Em consequência do aquecimento no setor farmacêutico, distribuidores de medicamentos associados a Abradilan (Associação Brasileira dos Distribuidores de Laboratórios Nacionais) já estão com boas expectativas para este ano. Segundo pesquisa da Abradilan, por exemplo, 9,1% dos associados esperam um crescimento de até 10%, acompanhados de 36,4% que acreditam no aumento de 11 a 20% e 24,6% projetam crescimento de 21 a 30%. Além desses, 30,3% dos associados projetam crescimento acima dos 30%.

Renda em alta

Entre os fatores que favorecem a expansão do mercado farmacêutico ganha destaque, o aumento da renda familiar, pois de acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), 45,5 milhões de brasileiros têm seus rendimentos e consumos referenciados no salário mínimo.



Veículo: Diário do Nordeste - CE


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