Projeto de moda jovem da Renner, a Blue Steel vai ganhar dez novas unidades este ano - hoje são apenas quatro lojas-piloto - e um novo nome. A partir de julho, a rede passará a se chamar Youcom, bandeira que tem potencial para alcançar 400 unidades até 2021, segundo José Galló, presidente da Renner.
Antes da mudança do nome no meio do ano, a Renner quer abrir pelo menos três unidades da Blue Steel em São Paulo. A ideia é que a nova rede ganhe mais corpo antes de a companhia começar a promover a marca. "Caso contrário, o consumidor conhece a marca mas não encontra a loja para comprar", disse o executivo.
Segundo Galló, a Renner vai dar prioridade à abertura de lojas próprias da Youcom nos próximos três anos. Depois disso, a varejista poderá acelerar o crescimento da marca a partir do sistema de franquias e venda no canal de atacado, principalmente em praças menores, disse Galló.
O formato de loja da Blue Steel (ou Youcom) tem entre 120 e 150 metros quadrados. Segundo Galló, a bandeira tem um conceito "intermediário entre uma loja de departamento e uma butique", com foco no classes "A-, B e C+".
De certa forma, a proposta teve inspiração na Bershka, rede de vestuário do grupo espanhol Inditex, também dono da Zara.
Projetos novatos da Renner, como a Blue Steel, podem pressionar a expansão de margem Ebitda da companhia em 2013, que deve ficar estável em relação a 2012, de acordo com diretor financeiro da empresa, Adalberto Santos. "Não é conservadorismo, é realismo mesmo", disse Santos a analistas e investidores ontem.
Além da Youcom, a Renner ainda está em fase de desenvolvimento da rede Camicado, de artigos para o lar, que tem 40 unidades.
Segundo Santos, a margem deve ser pressionada também pelo elevado número de lojas Renner em maturação (com até três anos de existência), que têm rentabilidade operacional mais baixa.
Do lado positivo, o diretor prevê uma economia de cerca de R$ 20 milhões em 2013, com a desoneração da folha de pagamento e o preço menor da energia. Ele disse ainda que a rede negocia uma "compensação" com governo de Santa Catarina para a perda do benefício fiscal a produtos importados pelo Estado, que, no caso da Renner, representava entre R$ 12 milhões e R$ 15 milhões.
Veículo: Valor Econômico