Disputa acirrada entre EMS e Medley

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A disputa entre Medley, controlada pela francesa Sanofi, e a gigante nacional EMS no mercado de genéricos continua acirrada. Em receita, a Medley encerrou o mês de janeiro com vendas de US$ 128,6 milhões e a EMS em US$ 105,5 milhões, de acordo com dados obtidos pelo Valor. Se consideradas todas as empresas controladas pela EMS - Legrand, Germed e Nova Química -, as vendas da companhia totalizam US$ 160,6 milhões, alçando o grupo ao topo.

O mercado de genéricos esta sendo disputado palmo a palmo nos últimos anos por essas duas companhias. Adquirida pela Sanofi em 2009, a Medley reforçou a estratégia da multinacional de avançar em países emergentes. Até aquele momento o segmento de genéricos era dominado por empresas nacionais. O Brasil representa a maior receita do grupo francês dentro dos emergentes e se destaca entre os cinco principais mercados do grupo no mundo. Abrir mão da liderança seria um golpe duro para a companhia. No início do ano, a Medley anunciou troca no comando - o executivo Wilson Borges foi nomeado novo diretor-geral do laboratório.

A estratégia da EMS de pulverizar os registros de medicamentos genéricos em suas empresas controladas é o grande trunfo do grupo - desde o início da comercialização dos genéricos no país a companhia não se descola das primeiras posições. "O controlador [Carlos Sanchez] adotou uma estratégia certeira e ainda tem fôlego para investir em inovação", disse uma fonte.

A Neo Química, adquirida pela Hypermarcas no fim de 2009, ficou em terceiro lugar em janeiro passado, com vendas de US$ 43,5 milhões. Com sede em Anápolis (GO), a fábrica recebeu investimentos de R$ 250 milhões para sua expansão, o que a coloca entre as maiores unidades produtoras da América Latina. A nacional Eurofarma segue em quarto lugar, com vendas de US$ 29,3 milhões no mesmo período.

Ao Valor, a Medley informou, por meio de sua assessoria, que é líder desde 2002 e essa posição é respaldada por uma estratégia de crescimento sustentável e apoiada por uma marca reconhecida. "Vale lembrar que a Medley tem sete dos dez genéricos mais vendidos no país [ IMS Health, dezembro 2012]. Em 2013, a Medley pretende consolidar ainda mais a sua posição no mercado nacional, por meio de fortalecimento de seu portfólio com medicamentos relevantes e cada vez mais adaptados às demandas do país, além de aumentar a distribuição em todo território nacional". Segundo a companhia, o desenvolvimento de novos medicamentos similares, a futura produção de antibióticos e hormônios na fábrica do grupo em construção, em Brasília, também estão entre os pilares de crescimento da empresa no Brasil.

Os genéricos mais vendidos no mês passado foram o pantoprazol (indicado para reduzir acidez estomacal), com receita de US$ 8,8 milhões; o losartan potássico (combate hipertensão arterial), com vendas de US$ 7,3 milhões; e o omeprazol, também indicado para lesões gástricas, com receita de US$ 6,5 milhões no período, segundo apurou o Valor.

Em janeiro, as vendas de medicamentos genéricos totalizaram 59 milhões de unidades (caixas), alta de 22,3% em relação a igual período do ano passado (48,258 milhões de unidades), segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró Genéricos). Em receita, as vendas somaram R$ 978 milhões em janeiro, alta de 29,3% sobre igual período do ano passado. Com isso, a participação dos genéricos nas vendas totais de medicamentos ficou em 26,6%, ante 25,6% sobre igual período de 2012.

Para Telma Salles, presidente da Pró Genéricos, o resultado é positivo e sinaliza um ano de expansão. Embora tenha encerrado 2012 com crescimento de volumes de 17%, o desempenho dos genéricos foi o mais fraco da história do setor. A entidade projeta uma expansão da ordem de 25% em unidades para este ano e a expectativa é de que a participação dos genéricos suba de 25% para 30% sobre as vendas totais de medicamentos no mesmo período.



Veículo: Valor Econômico


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