O comércio mantém o otimismo com as vendas em 2013, apesar de a confiança do consumidor estar caindo neste início de ano. Mesmo depois da queda de 2,5% da pesquisa de "Intenção de Consumo das Famílias", a Confederação Nacional do Comércio (CNC) mantém em 6,5% a expectativa de crescimento das vendas este ano, segundo a Pesquisa Mensal do Comércio. "Esperávamos entrar o ano em um ritmo mais forte. O processo de recuperação é lento. O cenário é moderado, mas positivo", disse o economista da CNC Bruno Fernandes.
Os principais desafios neste ano serão o endividamento das famílias e o comportamento da inflação, disse ele. A expectativa do economista, no entanto, é de que os preços percam o ritmo nos próximos meses, concluída a fase de pressão dos alimentos e de outras altas pontuais típicas do início do ano, como o reajuste das mensalidades escolares.
A inflação preocupa mais pelo efeito sobre o orçamento das famílias mais pobres, cuja renda é mais comprometida com a compra de alimentos, como ressaltou o economista que representa a entidade.
Como consequência, esse mesmo grupo tende a consumir menos bens duráveis do que os demais consumidores, o que se agrava ainda mais sem os programas de incentivo ao consumo, como o de redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis.
Compras
Os consumidores estão menos dispostos a ir às compras, revelou a pesquisa "Intenção de Consumo das Famílias" (ICF), da CNC. A intenção de consumo recuou 2,5% (132,2 pontos) de fevereiro para março e também na comparação com igual mês de 2012.
"A manutenção de um nível ainda elevado de endividamento e inadimplência, maiores pressões inflacionárias e o fim das desonerações fiscais impediram um aumento da confiança das famílias no período", informou a CNC, em nota oficial.
Além disso, a instituição atribuiu a um menor otimismo com o mercado de trabalho a piora do indicador neste mês. Ainda assim, o ICF se mantém acima da zona de indiferença (100,0 pontos), o que a confederação classifica como "um nível favorável de consumo".
A pesquisa revela que, se comparado ao mês anterior, o grupo de consumidores de mais baixa renda, de até dez salários mínimos mensais, foi o que demonstrou maior recuo do ICF (-2,8%). Mesmo diante de estatísticas menos animadoras, a CNC destaca que "a sustentação do cenário favorável para o mercado de trabalho, com baixa taxa de desemprego e ganhos reais positivos, além do ritmo mais moderado da economia, poderá impactar positivamente o nível de endividamento e inadimplência, impulsionando o consumo ao longo de 2013".
Veículo: DCI