Com clima adverso, custos do tomate e da batata puxaram os reajustes no entreposto.
A oferta de produtos na Centrais de Abastecimento de Minas Gerais (Ceasa Minas), ao longo de março, ficou 6,2% superior à registrada em fevereiro. Ao todo foram negociadas 191,9 mil toneladas de produtos. O faturamento obtido com as negociações realizadas dentro do entreposto de Contagem (RMBH), no período, alcançou R$ 383,13 milhões, 31% a mais do que o registrado em fevereiro. A tendência é de manutenção do cenário ao longo deste mês.
O preço médio praticado ao longo de março ficou em R$ 2 por quilo, 9,3% maior que o praticado em fevereiro e 21,9% superior quando comparado com o registrado em igual mês de 2012.
De acordo com o chefe da Seção de Informações de Mercado da Ceasa Minas, Ricardo Fernandes Martins, o aumento nos preços se deve à menor oferta de produtos importantes, como o tomate e a batata. O reajuste está diretamente ligado ao clima chuvoso, que impacta na qualidade e na produção.
"Além do clima que interfere na qualidade, a demanda por parte de outros estados é grande, o que contribui para a maior valorização dos preços. Acreditamos esses preços devem retomar aos patamares normais em maio, quando o clima é mais favorável para a produção", diz.
No segmento de hortigranjeiros, o faturamento gerado com as negociações foi de R$ 223,3 milhões, superando os R$ 176,6 milhões registrados em fevereiro. A oferta de produtos foi de 127,071 mil toneladas, o que representou alta de 12,4% sobre o volume ofertado em fevereiro e queda de 2,7% quando comparado com o volume disponibilizado em março de 2012.
O preço médio do grupo ficou em R$ 1,76 por quilo. O valor é 40,8% superior ao praticado em março do ano passado e 12,8% superior ao registrado em fevereiro.
Tomate - Dentre os produtos que tiveram maior alta, destaque para o tomate que ficou 26,4% mais caro no período. O preço médio que em fevereiro era de R$ 1,93 por quilo ficou em R$ 2,44 em março.
Alta também foi verificada nos preços médios da batata, que encareceu 8,6%, com preços saindo de R$ 1,28 para R$ 1,39 em março. A beterraba também teve os valores reajustados passando de R$ 1,57 em fevereiro para R$ 2,35, incremento de 49,7%. A cebola teve alta de 26%, passando de R$ 1,81 para R$ 2,28.
Produtos como o repolho apresentam preços mais acessíveis ao longo de março, o quilo do produto foi comercializado a R$ 1,03 por quilo, preço 13,4% menor que o registrado em fevereiro. A berinjela ficou 18,8% mais barata assim como o chuchu que apresentou queda de 57,3%. Dentre as frutas a maior queda foi nos preços da goiaba, que ficaram 13,7% menores, com o quilo sendo comercializado em média a R$ 3,16.
Em março, os estoques de cereais e produtos industrializados foram renovados, o que contribuiu para o incremento da oferta no mês. De acordo com Martins, a oferta de cereais ao longo de março foi ampliada em 17,7% na comparação com fevereiro e ficou 5,8% maior que o volume disponibilizado em março de 2012. Ao todo foram 5.843 toneladas ofertadas. O faturamento no período foi de R$ 11,825 milhões, frente aos R$ 10,06 milhões movimentados em fevereiro, incremento de 10,16%.
No caso dos industrializados, o faturamento no período foi de R$ 147,9 milhões, alta de 40,2%. A oferta foi de 59 mil toneladas, incremento de 42,3% em relação à fevereiro e queda de 13,8% em comparação com março de 2012. O valor médio dos produtos ficou em R$ 2,51 por quilo, alta de 2% em relação ao mês anterior e de 5,5% quando comparado com março do ano passado.
Veículo: Diário do Comércio - MG