Quebra na produção da Nova Zelândia pode beneficiar a indústria brasileira
A seca que prejudicou o principal exportador de lácteos, a Nova Zelândia, pode se transformar em oportunidade de recuperação para o Brasil, onde indústrias e produtores enfrentam dificuldades. O primeiro reflexo foi no leite em pó: a tonelada saltou de US$ 3,5 mil para US$ 5 mil no último mês. A alta atinge lácteos de países como Uruguai e Argentina, beneficiando a procura pelo produto nacional.
Esse cenário deve se manter pelo menos até o final do ano, explica o secretário executivo do Sindicato das Indústrias de Laticínios do Estado (Sindilat), Darlan Palharin:
– A repercussão da seca na Nova Zelândia se estende por quase um ano completo.
Os efeitos positivos devem se estender aos cerca de 122 mil produtores do Estado. A safra cheia, que permite acesso facilitado a insumos para ração animal, aumento na demanda e a entressafra de produção, formam um quadro animador, afirma o assessor de política agrícola da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado, Airton Hochscheid.
A valorização do produto nacional surge em boa hora, quando dificuldades para recuperar créditos tributários e falta de repasse da alta nos custos debilitaram empresas. Criada em 2010 a partir da fusão da Bom Gosto com a LeitBom, a LBR Lácteos Brasil é um exemplo dessa situação. A empresa está em processo de recuperação judicial desde fevereiro.
Veículo: Zero Hora - RS