Agora, feijão e leite pesam no bolso

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O bolso do consumidor não tem trégua. Há sete dias, o preço do tomate, da cebola e da batata era o responsável por encarecer os gastos da dona de casa no supermercado. Nesta semana, mesmo com a baixa do preço dos hortifrutigranjeiros (alimentos in natura), o cliente terá que desembolsar mais dinheiro para levar o quilo de feijão e o litro de leite para casa. No caso do grão, o pacote de um quilo é vendido a R$ 5,31 (alta de 4,12%) em média entre os supermercados da região - sendo o pacote mais caro comercializado a R$ 6,45 e o mais barato a R$ 4,69. Desde janeiro o feijão-carioquinha acumula elevação de 29,51% (quando era encontrado a R$ 4,10).

No caso da bebida láctea, o preço apresentou crescimento de 5,12%, passando de R$ 2,15 para R$ 2,26 entre uma semana e outra. Nas gôndolas dos mercados o valor pode variar entre R$ 1,79 R$ 2,69. Os dados são baseados na pesquisa semanal da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André).

A má notícia é que os dois itens, diariamente presentes na mesa dos brasileiros, tendem a ficar ainda mais caros com a proximidade do inverno. O engenheiro agrônomo da Craisa e responsável pela pesquisa, Fábio Vezzá De Benedetto, explica que, no caso do leite, a estação mais fria prejudica os pastos. Ou seja, o gado precisa ser alimentado com maior quantidade de ração e esse custo adicional é repassado aos compradores e consumidores. Já no caso do feijão, o tempo mais seco e gelado faz com que o produtor tenha que gastar mais com a irrigação da plantação. "Todas essas despesas do campo são repassadas. O produtor não pode arcar com esse adicional, para não perder a margem de lucro."

A dica para se gastar menos é optar pelo feijão-fradinho, por exemplo, que tem boa qualidade e é vendido entre R$ 1,98 e R$ 2,59, o quilo, aproximadamente. No caso do leite, a opção é aproveitar as ofertas feitas pelos supermercados e estocar caixas. "Não temos como lutar contra essa alta. É sazonal. Culpa do inverno", brinca De Benedetto.

Com a baixa no valor dos itens do grupo de hortifrúti, a cesta básica ficou 1,75% mais barata - garantindo economia de R$ 7,75. O custo do conjunto formado por 34 itens de primeira necessidade passou de R$ 443,36 para R$ 435,61.

Dentre as quedas desta semana, o quilo da laranja também chamou atenção. A fruta ficou 19,75% mais em conta, passando de R$ 1,57 para R$ 1,26, o preço do quilo médio. "É período de safra da mexerica poncã, que acaba competindo com a laranja. Automaticamente, o preço cai", analisa o engenheiro agrônomo.

Mesmo com queda nos preços, hortifrúti ainda está caro

Ir à feira livre ou ao mercado com dinheiro contado não é tarefa fácil para quem não abre mão de ter à mesa alimentos saudáveis e frescos. A equipe do Diário percorreu as feiras livres da região e descobriu que as compras não saem baratas.

Além do quilo do tomate, encontrado entre R$ 3 e R$ 5 nesta semana, o preço da berinjela e do pimentão também chama atenção - são vendidos a R$ 8 e R$ 15 o quilo, respectivamente.

Segundo o engenheiro agrônomo da Craisa, Fábio Vezza De Benedetto, o pimentão e a berinjela são de difícil cultivo, assim como o tomate. "A pele que envolve o alimento é muito fina. Qualquer coisinha o machuca. Alterações climáticas e o próprio transporte nos caminhões estragam o produto." Com menor quantidade à venda, maior o preço.

Mesmo com valor elevado, tanto o pimentão quanto a berinjela são itens leves. "Para a consumidora que compra apenas uma unidade, por exemplo, sai barato. Diferente do tomate, que tem polpa e pesa mais e o cliente sente os efeitos mais rapidamente".

Itens como a batata e a cebola nunca estiveram tão caros. Os alimentos in natura foram reajustados antes da Semana Santa, devido à sazonalidade, e até agora os preços estão mantidos nas alturas. No caso do tubérculo, o quilo chega a R$ 4,98 nos mercados. Nas feiras de rua o preço é um pouco menor: R$ 3. Já a cebola é comercializada até R$ 4,98 entre as redes (o valor médio é de R$ 3,94). Nas feiras livres paga-se R$ 4. "No caso da batata, as colheitas de março foram prejudicadas devido ao solo muito úmido. Como elas ficam embaixo da terra, as escavações não são feitas", abrevia o especialista. A cebola está com preço elevado pela questão de mercado. "As pessoas compram mesmo estando caro."

PACOTES - Comprar legumes em pacotinhos nas feiras é uma boa saída. O saquinho com quatro cenouras é vendido a R$ 2, assim como o pacotinho de vagem. A abóbora, já cortada e limpa, pode ser comprada por R$ 1,50 o pacote - que pode ser acrescentada no feijão, elevando o valor nutricional do prato.



Veículo: Diário do Grande ABC


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