Os pagamentos em yuan, a moeda chinesa, nos fluxos de entrada e saída com o Brasil, aumentaram substancialmente desde novembro de 2012, informou ao Valor a Sociedade para Telecomunicações Financeiras Interbancárias Globais, conhecida pela sigla inglesa Swift.
A entidade, que tem 8 mil instituições financeiras como clientes em todo o mundo, não dá cifras, estimando que os volumes ainda são muito voláteis. Mas estima que o acordo de swap entre Brasília e Pequim, de 190 bilhões de yuans, deve elevar a confiança no uso crescente do yuan internacionalmente e expandir o comércio chinês, em sua moeda, com os principais parceiros.
A China é a maior nação comerciante do mundo, com US$ 2,049 trilhões em 2012, seguida dos EUA (US$ 1,547 trilhão). No ano passado, o Brasil exportou US$ 243 bilhões. Para Pascal Lamy, diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), o uso da moeda chinesa no comércio internacional é uma evolução previsível, mas deixou claro que o impacto não será significativo no curto prazo.
Indagado se seria recomendável que exportadores e importadores brasileiros acelerassem o uso da moeda chinesa, o diretor da OMC foi cauteloso. "A realidade é que o mercado do yuan não é um mercado livre. Antes de intervir num mercado que não é livre, é preciso se tomar precauções para ter a certeza que se mantém o volume de ativos em yuan", disse.
Nesta semana, a China e a Austrália assinaram acordo para conversibilidade direta entre o dólar australiano e o yuan. Até agora, apenas o dólar americano e o iene japonês eram trocados diretamente na moeda chinesa.
Veículo: Valor Econômico