Valor ao produtor segue baixo

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Para o consumidor, porém, preços seguem altos no sacolão.

Enquanto o consumidor reclama dos preços altos no sacolão, produtores rurais mineiros sofrem com a desvalorização da produção. A entrada da safra 2013, com expectativa de recordes para vários produtos, motiva a queda dos preços de grande parte dos produtos agrícolas no Estado. A variação de preços ao produtor e outros indicadores do agronegócio mineiro foram divulgados ontem pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg). As tabelas de acompanhamento mensal do Valor Bruto da Produção Agropecuária Mineira (VBP), do Índice de Preços Recebidos pelo Produtor Rural Mineiro (IPR) e a Balança Comercial do Agronegócio do Estado estão disponíveis no site da entidade (www.sistemafaemg.org.br).

O café ainda lidera a lista de desvalorização. Apesar da expectativa de uma safra menor que a anterior, o preço da saca teve redução (-20,94%) no acumulado dos últimos 12 meses (queda de -2,48% só no último mês). De acordo com o coordenador da assessoria técnica da Faemg Pierre Vilela, a manutenção dos preços do café em patamares tão baixos se justifica, principalmente, pela especulação no mercado em torno dos grandes estoques mantidos tanto por compradores, quanto por vendedores. Outro fator tem sido a redução da bienalidade, já que a safra baixa deste ano será apenas 6,7% menor que a safra alta - e recordista - de 2012.

Além do café, o preço médio dos produtos agrícolas também tem sido impactado pela desvalorização dos grãos. A colheita da soja no Estado deve se encerrar ainda neste mês e a do milho, que encontra-se um pouco atrasada, se estenderá até maio. Os preços neste momento seguem em baixa, à espera de notícias da nova safra no hemisfério norte, principalmente a norte-americana.

No setor pecuário, avicultura e suinocultura registram alta de preços no acumulado dos últimos 12 meses (48,10% e 44,77%, respectivamente), apesar das sucessivas baixas registradas em 2013. Em trajetória de ascensão estão os preços do boi gordo e do leite, que seguirão tendência de valorização em função do período de seca que se aproxima, segundo Vilela. "A retração da oferta de leite também alavancará maiores preços", acredita.

Exportações - A balança comercial do agronegócio mineiro do primeiro trimestre registrou o bom momento vivido pelos pecuaristas do estado. Único setor cujo desempenho de janeiro a março foi superior ao faturamento do mesmo período de 2012, o lucro com a exportação de carnes cresceu 21% na comparação, totalizando US$ 224 mi.

"Passado o susto com os impactos da crise, os compradores estão retornando. Eventualmente, o Brasil também tem se favorecido pela redução de oferta em outros países concorrentes, como Argentina, Estados Unidos e Nova Zelândia, que enfrentam problemas climáticos", explica Pierre Vilela. Para ele, fator que tem feito a diferença para o Brasil é a diversificação de mercados, já que o país tem ido além dos tradicionais grandes compradores e vem conquistando outros mercados menores, com importantes negócios. Vilela avalia ainda que falta empenho do país nas negociações para derrubadas de barreiras à carne brasileira, o que poderia alavancar ainda mais as exportações do setor.

Outro destaque na comparação entre os três primeiros meses deste ano e igual período de 2012 foi a queda de 65% no faturamento mineiro com a exportação de soja, provocada especialmente pelos gargalos logísticos e lentidão no escoamento da safra.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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