Fontes ligadas ao negócio entre Casas Bahia e Ponto Frio estão otimistas com a reunião da próxima quarta
Na próxima quarta-feira pode chegar ao fim o conturbado processo de fusão entre Casas Bahia, da Família Klein, e Ponto Frio, do empresário Abílio Diniz, que deu origem à Viavarejo, maior varejista de eletroeletrônicos do país. Anunciada em 2009, a fusão deve ser discutiva e votada na reunião do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Fontes ligadas à empresa disseram estar otimistas com a ideia de que a fusão deve ser aprovada na ocasião. No entanto, algumas contrapartidas, como por exemplo, o fechamento de lojas das duas bandeiras podem ser exigidas pelo órgão antitruste para que a negociação seja efetivada. "Não dá pra dizer quantas serão e nem onde. Obviamente um levantamento terá de ser feito para verificar em que cidades ou regiões o número de lojas ultrapassa o limite para manter a concorrência do mercado", disse uma fonte que preferiu não se identificar.
Outra fonte acredita que o número de lojas que por ventura podem ser fechadas não deve ser grande e que o impacto no resultado da companhia com esse fechamento não será preocupante. "É natural em um processo de fusão e fechamento, que os resultados, em um primeiro momento sofram baixas, claro que é algo que deve ser acompanhado, mas em geral não é algo que preocupe". Esta é uma das discussões que vem sendo feitas pois, segundo fontes, os Klein não concordam com o fechamento de lojas.
Um outro aspecto a ser levado em conta é de que após o prazo determinado pelo Cade para fechamento das lojas para equilibrar a concorrência, a Viavarejo poderá abrir novas lojas e retomar o processo de crescimento, caso deseje.
No início deste mês, o Conselho de Administração do Pão de Açúcar aprovou celebração de Termo de Compromisso de Desempenho (TCD) com o Cade relacionado à união com Casas Bahia. Tal termo envolve "a solução que melhor atende aos interesses da ViaVarejo", segundo a companhia.
Idas e vindas
O processo de negociação que uniu duas das maiores varejistas e rivais do mercado brasileiro causou idas e vindas. Em dezembro de 2009, a união das duas empresas deu origem a um império de faturamento na casa dos R$ 40 bilhões anuais e muito poder de fogo. Quatro meses após a comemoração do negócio, os desentendimentos começaram. A família Klein, alegando que havia sido prejudicada na negociação, deixou o mercado em alerta coma possibilidade de cancelar a fusão.
A situação só foi contornada após uma nova rodada de conversas e negociações, que culminou com uma nova rodada de captações do Grupo Pão de Açúcar, da ordem de R$ 700 milhões. E quando tudo parecia estar fluindo, em outubro de 2012, os Klein enviaram uma nota à presidência do GPA solicitavam uma nova negociação para rever itens do contrato, que segundo eles, continham "erros e inconsistências relevantes capazes de alterar a relação de troca entre as ações da Novas Casas Bahia pelas da Globex". Como base a família usada um relatório sobre o negócio, auditado pela Consultoria KPMG.
Na época, fontes próximas à negociação chegaram a afirmar que Michael Kllein teria se reunido com Jean Charles Nauri, presidente do Casino, acionista majoritário do GPA, com 52% da Viavarejo, para fazer a proposta de recompra das Casas Bahia, por cerca de R$ 3,5 bilhões. A proposta nunca foi confirmada e o processo de fusão prossegue.
Veículo: Brasil Econômico