O Ministério da Agricultura voltou a reduzir sua projeção para o Valor Bruto da Produção (VBP) em 2013. Na sexta-feira, a Pasta previu que a receita gerada pelas 20 principais culturas agrícolas aos produtores deve somar R$ 270,36 bilhões neste ano, uma queda de 2,47% em relação ao número divulgado em março (R$ 277,22 bilhões). Apesar do corte, o valor ainda é 9,8% maior do que os R$ 246,2 bilhões de 2012.
O ajuste reflete, em boa parte, a previsão de uma receita menor com a produção de soja - o carro-chefe do agronegócio no país. O VBP da commodity para 2013 foi projetado em R$ 82,86 bilhões, 5,62% menos do que o montante esperado em março, o que é explicado pela recente queda nos preços internacionais da commodity.
Apesar disso, o valor ainda é 21,8% maior do que o realizado em 2012 (R$ 68,06 bilhões). O crescimento deve-se ao aumento da produção esperada para este ano. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Brasil deve colher 81,94 milhões de toneladas de soja na safra 2012/13, ante 66,38 milhões na temporada passada.
O Ministério da Agricultura também ajustou para baixo, em 0,35%, sua projeção para o valor bruto da produção de cana-de-açúcar - para R$ 47,74 bilhões. Mesmo assim, o VBP da cultura deve ser 9,5% maior do que os R$ 43,58 bilhões apurados em 2012. Já receita esperada com a produção de milho foi elevada em 1,51%, para R$ 37,16 bilhões, o que significa um aumento de 12,8% ante os R$ 32,95 bilhões do ano passado.
O Ministério da Agricultura manteve praticamente estável sua projeção para o valor da produção de laranja, em R$ 17,36 bilhões, o que significa um aumento de 24,4% em relação ao ano passado. Se a previsão se confirmar, a laranja deverá passar o café no ranking das culturas mais relevantes para o agronegócio. O VBP do café foi projetado em R$ 15,03 bilhões, queda de 2,13% em relação a março e de 21,7% na comparação com o valor apurado no ano passado.
Assim como o café, o algodão também perde participação. A previsão é que a renda gerada pela commodity caia 31,6% em 2013, para R$ 7,92 bilhões, um reflexo da expressiva redução na área plantada diante dos baixos preços internacionais.
Veículo: Valor Econômico