O governo federal deverá lançar até o fim deste mês contratos de opção para a aquisição de entre 3 e 4 milhões de toneladas de milho produzido em Mato Grosso. Os detalhes da medida ainda serão discutidos no Conselho Interministerial de Estoques Públicos (Ciep), responsável pela definição das condições para a aquisição e a liberação de estoques públicos de alimentos. O setor privado, porém, cobra mais agilidade do governo.
Um membro do Ciep informou ao Valor que ainda não foi estabelecido o volume exato que será comprado por meio do instrumento nem o preço que será fixado para a operação, mas adiantou que essas definições ficarão próximas do que pedem os agricultores - 4 milhões de toneladas de milho a um preço de R$ 17,60 a saca de 60 quilos.
No setor privado, existe um crescente temor quanto ao futuro dos preços do cereal em Mato Grosso, que já estão em queda. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Estado deverá produzir 17,3 milhões de toneladas do produto neste ciclo 2012/13, 11% mais que no ciclo passado. Desse total, 16,8 milhões de toneladas estão previstas para a segunda safra, cuja colheita está em andamento.
"É preciso lançar mão de contrato de opções para recompor os estoques públicos e incentivar a continuidade da produção", disse o presidente da associação que representa os produtores de soja e milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Carlos Fávaro.
O presidente-executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), Alysson Paolinelli, reforçou que a maior preocupação está em Mato Grosso, em decorrência da grande produção prevista para o Estado pela segunda temporada consecutiva. "O milho não vai cair tanto no mercado nacional, mas em Mato Grosso, sim. Isso se deve ao custo de transporte [do grão]", afirmou Paolinelli, que é ex-ministro da Agricultura.
Veículo: Valor Econômico