Exportações de milho cedem lugar às de soja

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Após o bom desempenho do primeiro trimestre, a exportação de milho perde ritmo e cede lugar para a soja.

Pelos dados divulgados ontem pela Secex, as vendas externas do cereal devem ficar próximas de 1 milhão de toneladas neste mês, o que não ocorre desde junho do ano passado. Já as de soja devem subir para 6,9 milhões de toneladas neste mês.

Leonardo Sologuren, da consultoria Clarivi, diz que as estimativas de exportações de milho ainda são boas, podendo atingir 16 milhões de toneladas neste ano, após ter chegado a 19,8 milhões em 2012.

Esse volume depende, no entanto, do comportamento da safra nos Estados Unidos. Uma recuperação da produção nos EUA --no ano passado a perda foi de 100 milhões de toneladas-- fará com que o país reconquiste mercado e retire a competitividade do produto brasileiro.

Sologuren diz que pelo menos um desses três cenários deve ocorrer para a continuidade das exportações: câmbio, preços de Chicago em alta ou apoio governamental.

Neste momento, não há sinal favorável para nenhum deles. Os preços futuros de Chicago indicam apenas US$ 5 por bushel para novembro; a expectativa para o câmbio não é favorável e ainda não há sinais de ajuda governamental para o setor.

O problema poderá ser transferido para o segundo semestre, quando chega ao mercado a safrinha recorde e os preços internacionais deverão manter queda devido à safra norte-americana.

Um sinal desse problema é o baixo percentual de vendas antecipadas de milho neste ano. Apenas 20% da produção do Centro-Oeste foi comercializada antecipadamente, ante 50% em 2012.

As estimativas da consultoria Clarivi são de produção de 82 milhões de toneladas de soja e de 73 milhões de milho neste ano.

Quando às exportações, as de soja deverão atingir 37 milhões de toneladas. Nesse caso, o Brasil não deverá ter grandes problemas porque o país tem uma competitividade natural com esse produto.

Sologuren afirma, no entanto, que já há uma tendência de queda nos preços das commodities e, dependendo da oferta de produto nos Estados Unidos, o Brasil terá menor espaço internacional. Isso vale especialmente para o milho, diz ele.

Cenário bom para suíno no 2º semestre

O primeiro trimestre foi de oferta e demanda equilibradas no setor mundial de suínos. Apesar de preços sem grandes mudanças, foi um período de recuperação de margens para a indústria.

A avaliação é do Rabobank, banco especializado no setor de agronegócios. Mas a recuperação de preços para o produtor ainda não veio, aponta o acompanhamento setorial do banco.

O segundo trimestre deste ano ainda traz um período de dificuldades para o produtor.

O cenário melhora, no entanto, no segundo semestre, quando haverá uma produção menor na União Europeia e aumento das compras por parte dos chineses.

Outro fator favorável ao produtor será a redução dos custos de produção a partir de agora com a possível melhora na oferta de grãos.



Veículo: Folha de S.Paulo


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