Consumidores estão reduzindo a quantidade dos principais ingredientes
A ceia de natal do brasileiro não deve ser tão farta este ano. Por causa dos preços mais altos, os consumidores estão reduzindo a quantidade dos principais ingredientes que compõem a mesa na noite do dia 24. O movimento menos tem uma explicação: o preço.
Um estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostrou que a ceia de natal está quase 12% mais cara este ano. A maior alta foi do arroz: 43%. As nozes estão 37% mais caras; o panetone, 17%; o tender, 16%; e o bacalhau, 13%. No preço final, uma cesta de 13 itens passou de R$ 140 em 2007 para R$ 157 em 2008. De acordo com o professor de economia da USP, Heron do Carmo, os preços foram formados antes da crise e com base em uma expectativa de demanda muito alta.
– Os preços que nós estamos observando agora no mercado foram decididos em setembro. É claro que atualmente para alguns produtos nós temos a pressão também de custo associada ao câmbio – afirma.
Metade dos produtos que compõem a ceia são importados, portanto a alta do dólar também ajudou a puxar os valores para cima.
Com os produtos da ceia natalina mais caros e os recursos mais escassos, o consumidor está tendo que encontrar uma solução para não perder o brilho nem o sabor da noite de natal. O jeito é se adaptar e, para isso, não falta criatividade.
– Tem que comprar menos. Eu comprava dois quilos, três quilos de cada fruta, estou levando um quilo porque não dá, está muito caro – diz a artesã Maria do Socorro.
– Eu e meus irmãos, nós depositamos um valor na caderneta de poupança e retiramos só agora para fazer as compras de Natal e de Ano Novo também. Daqui ainda sobra para doce – explica a dona-de-casa, Renata Gonçalves Marques.
Veículo: Canal Rural