Pesquisa na área de cosméticos visa a classe C

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A cada ano crescem os investimentos em pesquisa pelos fabricantes de cosméticos. Gigantes do ramo que operam no Brasil passaram a direcionar fatia maior do faturamento na ampliação de seus centros de pesquisas e estudos. Essas empresas estão de olho em novos e revolucionários produtos, que vendem a "fonte da juventude", e também no crescimento da chamada nova classe média, a classe C. Esse grupo de consumidores, cada vez mais amplo e poderoso, se mostra ávido por novidades, o que justifica a destinação de recursos em nanotecnologia.

O Grupo Boticário, por exemplo, inaugurou recentemente o seu novo Centro de Pesquisa e Desenvolvimento, localizado no município de São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba (PR). A empresa investiu R$ 37 milhões num moderno centro de 8 mil metros quadrados, onde cerca de 230 pesquisadores desenvolvem cerca de 2 mil produtos. A meta é superar 2012, quando a empresa lançou 1,6 mil produtos novos. "Atualmente, investimos cerca de 2,5% do nosso faturamento em pesquisa e desenvolvimento", afirma Artur Grynbaum, presidente do Grupo Boticário.

Grynbaum lembra que o Boticário foi a primeira do Brasil a adquirir, em 2007, um cromatógrafo massa/massa - equipamento destinado a pesquisas com nanotecnologia, avaliado em cerca de R$ 1 milhão. "Fomos pioneiros na aplicação de nanotecnologia em cosméticos e desenvolvimento de produto com o uso da tripla nanotecnologia, ou seja, que permite a entrega direcionada dos ativos nas camadas da pele", diz Grynbaum.

Com o novo centro de pesquisa, o Boticário espera dar continuidade aos estudos iniciados no laboratório de biologia molecular, também em Curitiba, quando pesquisadores trabalharam com cerca de 20 mil genes coletados (de pacientes com idade entre 18 e 80 anos) e conseguiram identificar os genes que atuam no processo de envelhecimento.

Segundo o cientista Robert Kalafsky, diretor executivo dos laboratórios de cuidados com a pele do Centro Global de Pesquisa da Avon, em Suffern, EUA, o Brasil sempre será visto pela Avon, a gigante americana do setor de higiene e beleza, como um mercado promissor, sobretudo pelas características multiculturais do país.

"O crescimento do mercado de beleza no Brasil é sólido, impulsionado pela inserção de 20 milhões de brasileiros na nova classe média e nos novos hábitos dos consumidores". Para Kalafsky, além do aspecto econômico, há uma valorização cada vez maior da maquiagem e dos cuidados pessoais com vista à ascensão social e profissional, e maior exigência por produtos de qualidade. "A mulher brasileira é extremamente vaidosa e investe na compra desses produtos não só por vaidade, mas por um lugar no mercado de trabalho, que também valoriza a boa aparência", afirma Kalafsky.



Veículo: Valor Econômico


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