Edital para análise da Ferrovia Leste-Oeste será lançado no próximo mês, e trabalho técnico deve iniciar até julho deste ano
O edital para elaborar o Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental do Corredor Ferroviário Catarinense (também chamado Leste-Oeste de SC, da Integração ou do Frango), que vai ligar o Litoral Norte ao Oeste do Estado, deve ser lançado no próximo mês, segundo a assessoria de imprensa da Valec Engenharia, Construções e Ferrovias S.A., empresa do governo federal. O custo estimado para o estudo é de R$ 7,76 milhões. A Valec prevê que o contrato seja assinado até julho e a análise termine até fevereiro de 2014.
Somente após os estudos poderá ser realizado o projeto básico e, então, a licitação da obra em si, estimada em R$ 6 bilhões. O presidente da Frente Parlamentar das Ferrovias, deputado federal Pedro Uczai (PT), espera que a obra seja licitada em “meados de 2014”. O trajeto previsto vai de Itajaí a Dionísio Cerqueira, totalizando 862 quilômetros e faz parte do plano de expandir a malha ferroviária brasileira, desenvolvido por meio do PAC 2 do governo federal.
Apesar da projeção de traçado, há lideranças que defendem o aproveitamento da antiga malha de SC, passando por Porto União, até São Francisco do Sul. Uczai, porém, defende que a ferrovia tenha como destino final Itajaí, em razão do município ter o segundo maior porto de frigorificados do país. Essa ferrovia é considerada fundamental por lideranças do agronegócio catarinense, pois poderia transportar cerca de 1,2 milhão de toneladas de carnes de aves e suínos exportadas pelo Estado e traria milho do Centro-Oeste para SC, que tem um deficit de 2,5 milhões de toneladas do cereal, o que aumenta o custo de produção
Obras vão beneficiar congelados
Uma comissão da Associação Empresarial de Itajaí (ACII), que trabalha em parceria com representantes de outros municípios, destaca que todas as cidades da região lutam pelo traçado Itajaí-Dionísio Cerqueira. Olga Zanella, diretora-executiva da ACII e integrante da comissão, afirma ainda que o governo estadual é um dos grandes apoiadores do trajeto inicialmente planejado.
Superintendente do Complexo Portuário do Itajaí-Açu, Antonio Ayres dos Santos Jr., detalha que o maior beneficiado com a obra é o produtor de congelados. Hoje esse tipo de carga chega ao porto por meio de caminhões, tendo alto custo. Com as estradas de ferro, o transporte da produção seria barateado, fomentando também o desenvolvimento de toda a indústria do Oeste e Meio-Oeste catarinense.
– Diminuindo o preço do transporte, o produto se torna mais competitivo e toda a cadeia econômica se beneficia. Hoje são 10 mil contêineres com congelados por mês no Porto de Itajaí, o que já é um volume extremamente significativo – ressalta.
Veículo: Diário Catarinense