Empresa investe em torneio para crianças, mas descarta investir na Copa e Olimpíada
Líder de mercado de produtos lácteos frescos, a Danone não esconde seu principal público-alvo na atualidade: as crianças. E com o objetivo de fidelizar estes consumidores mirins, a companhia aposta no esporte, mais especificamente no futebol, para criar a identificação dos jovens com a marca. Há 14 anos, a companhia realiza a Copa das Nações Danone, que reúne jovens de 10 a 12 anos de 32 países. Na edição deste ano, mais de 5 mil crianças brasileiras de cinco estados participam do evento.
“O objetivo é fazer um casamento de alimentação saudável com a prática esportiva. Essa combinação vai levar as crianças, que é nosso foco hoje, ter uma vida saudável no futuro. É com esse objetivo que investimos nesta Copa”, comenta César Tavares, gerente de marketing da Danone.
Durante a competição, a Danone aproveita para fazer degustação de iogurte e da água da empresa. “Fazemos um trabalho de conscientização de alimentação saudável e sobre a pirâmide alimentar”, destaca.
No Brasil, o ex-jogador Cafu é o padrinho do projeto. Mundialmente, o craque Zinedine Zidane é o embaixador da Copa. Dos gramados da competição ‘amadora’ já saíram promessas para o futebol, como Phil Jones, zagueiro do Manchester United. Com todo este envolvimento da empresa com o futebol e a cultura de promover a prática esportiva, logo se imagina investimentos relacionados com a Copa do Mundo 2014 e na Olimpíada 2016, os grandes eventos esportivos no Brasil.
“Não é o foco da empresa, encontramos neste formato de evento a forma de trabalhar especificamente com o público infantil. É uma ação mais focada. Evidentemente teríamos como nos beneficiar da Copa 2014, mas o foco não é esse”, afirma.
A companhia não revela o valor investido na produção da Copa das Nações, mas a Danone investe anualmente 10% da sua receita em ações de marketing. O objetivo com propagandas e ações voltadas para as crianças é manter o nível de crescimento da unidade brasileira dentro da faixa de 15% anuais.
“Em 2012 crescemos 15% e prevemos o mesmo para 2013. O foco com as nossas marcas é dobrar a posição a cada quatro ou cinco anos. Em 2004 faturamos R$ 500 milhões, em 2008 foi R$ 1 bilhão e em2013 esperamos R$ 2 bilhões”, diz Tavares.
Com a crise europeia, a unidade brasileira tem recebido ainda mais atenção do grupo mundial. O objetivo é
alcançar o posto de terceira maior unidade da companhia atrás de Estados Unidos e França — atualmente é a quarta. Para alcançar este lugar de destaque, Tavares aposta no aumento de consumo de iogurte por parte dos brasileiros.
“Acreditamos na expansão do mercado. O consumo per capita de iogurte no Brasil está abaixo da capacidade que pode ter. Hoje são 6,5 a 7 kg por ano por pessoa. Isso dá um potinho por semana. Na Argentina é três vezes mais e na França é quase seis vezes. É uma cultura de consumo que ainda vai se consolidar”, analisa o gerente.
Para isso, a Danone, que tem São Paulo como principal mercado, procura ampliar sua atuação no Nordeste, onde estabeleceu uma de suas fábricas.
Veículo: Brasil Econômico