A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) deverá aproveitar uma queda nos preços do milho neste ano para recompor seus estoques, realizando compras de 4 milhões de toneladas ao longo de 2013, disse um funcionário da estatal.
A Conab, que conta com cerca de 500 mil toneladas em seus estoques, um patamar relativamente baixo para fazer frente a eventuais problemas de oferta, avalia que as cotações do cereal, que atingiram níveis recordes em 2012, vão ceder neste ano, o que reforçaria a necessidade de apoio aos produtores.
Essa queda nos preços deverá ocorrer com a confirmação da safra recorde no Brasil e também com uma possível recuperação da produção dos Estados Unidos, os maiores produtores globais, afetados no ano passado pela pior seca em mais de meio século.
"Nossa proposta é de compra de 4 milhões de toneladas através de contratos de opção de venda (para o produtor) para recompor os estoques públicos", disse o gerente de Oleaginosas e Pecuária da Conab, Thomé Luiz Freire Guth, acrescentando que o ideal seria chegar até a marca de 5 milhões de toneladas adquiridos durante este ano.
Guth disse ainda em palestra sobre as perspectivas para o setor, em São Paulo, que está em estudo a realização de compras diretas do governo (AGF). Mas ele ponderou que esta ferramenta tem limites por produtor que podem interferir na operação.
A Conab estimou a safra total de milho 2012/2013 em um recorde de 77,45 milhões de toneladas. "As notícias que temos de Mato Grosso são muito boas. O clima está bom e a área é maior do que na safra passada. A tendência é ter uma produção cheia", comentou ele. As compras do governo provavelmente ocorreriam no segundo semestre.
Veículo: DCI