Desemprego cresce na Grande BH

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Taxa geral de desocupados saiu de 5,4% no exercício anterior e passou a ser de 7%.

O número de desempregados na Região Metropolitana de Belo Horizonte aumentou 33,9% em março deste ano frente ao mesmo período de 2012, ao passar de 127 mil pessoas para 151 mil. Com o resultado, a taxa geral de desocupados saiu dos 5,4%, apurados no exercício anterior, e passou a ser de 7%. Em fevereiro, ela estava em 6,2%.

Os dados integram a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), feita em conjunto pela Fundação João Pinheiro (FJP), Secretaria de Estado de Trabalho e Emprego (Sete) e Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), e divulgada ontem.

Ainda na comparação com o mesmo período do ano anterior, o número de ocupados teve uma alta de 1,3%, ao passar de 2,23 milhões para 2,25 milhões. Já a população economicamente ativa (PEA), teve uma elevação de 3,1% no período, fechando em 2,42 milhões.

Quando a base de comparação passa a ser o mês imediatamente anterior, o resultado também não é positivo. Isso porque a alta do número de desempregados foi de 12,6%, com uma variação de 151 mil para 170 mil pessoas. Já o número de ocupados caiu 1,3%, com alteração de 2,28 milhões para 2,25 milhões.

Entre março desse exercício e o mesmo período do anterior, o setor de comércio e reparação de veículos foi o único segmento que apresentou queda nos postos de trabalho. O segmento tinha 405 mil pessoas ocupadas e passou a ter 394 mil. Nessa base de comparação, a construção foi o destaque positivo, com crescimento de 5,9%, ao sair de 202 mil pessoas para 214 mil.

Porém, quando se compara março com fevereiro, todos os setores amargaram quedas no número de empregados. Novamente, o tombo foi maior para comércio e reparação de veículos (-5,3%). Na outra ponta está o setor de serviços com a menor queda, de 0,1%, ao passar de 1,284 milhão funcionários para 1,283 milhão. A construção civil registrou queda de 1,4%, ao passar de 217 mil pessoas para 214 mil. Na indústria de transformação a baixa foi de 1,9%, ao sair de 317 mil empregados para 311 mil.

Para a analista de mercado de trabalho da Secretaria de Estado de Trabalho e Emprego (Sete), Janice Viana, o resultado negativo está ligado à sazonalidade e já era esperado. "Todos os setores tiveram uma redução nos postos na comparação com o mês anterior.  comum acontecer quedas no início do ano, já que a economia se aquece de fato no segundo semestre, principalmente próximo ao Natal", afirma. Ela explica que o setor de serviços é o que teve a menor queda por causa do impacto positivo de educação no resultado.

Apesar de o resultado não ter sido positivo, a Região Metropolitana de Belo Horizonte, com taxa de desemprego de 7%, continua em destaque na comparação com as demais pesquisadas. Apenas Porto Alegre apresenta resultados melhores que os de Minas Gerais, com taxa de 6,5%. Em Fortaleza ficou em 8,9%; em São Paulo, 10,9%; Distrito Federal, 13,3%; e Recife, 13,5%. Dessa forma a taxa geral do país ficou em 11%. "Geralmente a taxa de Belo Horizonte fica próxima da de Porto Alegre por causa das características parecidas dos dois mercados, que se baseiam muito no setor de serviços. E essa realidade continua a mesma. A RMBH deve conseguir empatar com a de Porto Alegre nos próximos meses", afirma.


Construção, comércio e indústria reduzem vagas

São Paulo - Três dos quatro setores de atividade econômica analisados na Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) tiveram redução de vagas entre fevereiro e março. Os dados, divulgados ontem pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), mostram que a redução foi maior na indústria da transformação, com 103 mil postos de trabalho a menos. Apenas o setor de serviços manteve-se estável, com acréscimo de 1 mil vagas, que foram desconsideradas estatisticamente.

O nível de ocupação no setor de comércio e reparação de veículos reduziu a oferta de vagas em 75 mil postos e o de construção civil em 44 mil. No total, das quatro áreas, foram reduzidas 215 mil vagas. Esses resultados setoriais fizeram com que, na média das seis regiões metropolitanas e do Distrito Federal, a taxa de desemprego se elevasse, passando de 10,4% em fevereiro para os atuais 11%, o que representa alta de 5,5%. Na comparação anual, o acréscimo é de 2,8%.

Para Alexandre Loloian, coordenador de Análise da Pesquisa da Fundação Seade, as taxas são avaliadas como normais, tendo em vista a sazonalidade de março. "O primeiro trimestre sempre é um período que você tem redução do nível de ocupação e o desemprego só não aumenta mais porque também há redução da PEA (População Economicamente Ativa)", explicou. Entre fevereiro e março, a PEA diminuiu 0,4%, passando de 22,163 milhões para 22,076 milhões de pessoas.

O economista avalia que o crescimento do desemprego é justificado diante da atual conjuntura econômica internacional. "Quando o mundo cresce em ritmos diferentes gera preocupação, porque não indica um crescimento consistente de certos países. Diante disso, considerando todos os problemas que a gente tem enfrentado, o resultado da PED pode ser considerado positivo", apontou.

Na avaliação por região do país, a taxa de desemprego também cresceu em todas as áreas analisadas. A maior alta foi registrada em Salvador (de 18,6% para 19,7%), seguido por Belo Horizonte (de 6,2% para 7%), São Paulo (de 10,3% para 10,9%), Recife (de 12,9% para 13,5%), Porto Alegre (de 6,2% para 6,5%), Distrito Federal (de 12,8% para 13,3%) e Fortaleza (de 8,5% para 8,9%). Por outro lado, na comparação anual houve redução em São Paulo - onde a taxa em março de 2011 ficou em 11,1%, em Porto Alegre (7,6%) e em Fortaleza (9,6%).

O rendimento médio dos ocupados nas regiões pesquisadas apresentou queda de 0,3%, passando a R$ 1.578. A maior redução ocorreu em Fortaleza, com varição de -3,2%. Na capital cearense, o rendimento passou para R$ 1.014. São Paulo (-0,8%) e Salvador (-0,7%) também registraram decréscimo e passaram a ter ganhos médios de R$ 1.701 e R$ 1.095, respectivamente. Houve elevação em Recife (2,3% de acréscimo, com rendimento médio de R$ 1.143), Porto Alegre (1,4%, com rendimento de R$ 1.628), Distrito Federal (0,4%, com rendimento de R$ 2.315) e Belo Horizonte (0,4%, com rendimento R$ 1.643).

Assim como o Dieese e a Fundação Seade, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga levantamento mensal sobre o desemprego no país. No entanto, as taxas apresentadas nas duas pesquisas costumam ser diferentes devido aos conceitos e metodologias usados.

Entre as diferenças está o conjunto de regiões pesquisadas. A PED, feita pelo Dieese e pela Fundação Seade, não engloba o número de desempregados da região metropolitana do Rio de Janeiro. Na Pesquisa Mensal de Emprego (PME), do IBGE, não está incluída as regiões de Fortaleza e do Distrito Federal.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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