Varejo deve buscar mercados inexplorados

Leia em 3min 10s

Coordenador da ESPM-Sul destaca a necessidade de produtos e promoções para os turistas durante a Copa de 2014

Estar atento ao desejo do consumidor, ter criatividade e procurar um diferencial que atraia quem também compra em lojas de redes são iniciativas que devem estar nos planos de pequenos empresários do varejo. A afirmativa do coordenador da ESPM-Sul, Flávio Martins, é um alerta para driblar a vantagem dos grandes lojistas no mercado. Para ele, buscar nichos não explorados pelas varejistas de porte não só é uma iniciativa importante, como deve ser constantemente replanejada. O especialista – que palestrou ontem pela manhã na sede do Sindilojas POA –, também pontua que o varejo gaúcho deve pensar com antecedência em produtos com um toque de regionalismo, buscando chamar a atenção dos turistas durante a Copa de 2014.

“O grande desafio das empresas em mercados altamente ofertados, é achar espaço para competir”, observa Martins. Ele alerta que essa é uma necessidade fundamental para o pequeno varejo, que precisa “encontrar um sentido para ser procurado pelos consumidores”. Neste caso, as soluções passariam por implementação de mix de produtos diferenciados, atendimento exclusivo, com mais suporte ao cliente e conhecimento do produto e até venda personalizada, realizada na casa do cliente. “Se não trouxer nada diferente, o pequeno ficará a mercê do que é definido pelos grandes lojistas.”

O especialista lembrou ainda que os consumidores de hoje estão mais preparados que os próprios vendedores. “Eles estudam os produtos na internet, enquanto o funcionário que atende na loja física, muitas vezes, nem sequer recebe treinamento.” Este é, justamente, um dos gargalos que o varejo gaúcho deve resolver antes da Copa de 2014, segundo Martins. Mas não é o único, nem o principal. “Além de capacitação das equipes e contratação de funcionários bilíngues, será preciso pensar em preços e listas de produtos universais. Para aproveitar a empolgação dos turistas com o mundial, pode-se pensar em produtos que lembrem o evento”.

O coordenador da ESPM-Sul avalia que “o nível de atendimento do comércio gaúcho é bom”. O problema, de forma geral, é a adaptação ao gosto internacional, ainda não providenciada para os eventos futuros, sentencia. “É preciso pensar que os turistas vão querer comprar coisas típicas, levar um pouco do País para casa.” Martins observa que ainda “falta planejamento” nesse sentido. “Já se poderia estar pensando em ter bandeirinhas e adesivos do Rio Grande do Sul, embalagens regionalizadas, entre outros produtos voltados ao consumidor de fora do Estado”, exemplifica.

Presente na plateia (que contou com mais de 100 lojistas), o proprietário da RB Casa das Calcinhas, Roberto Silveira, admite que o comércio de Porto Alegre “não está preparado” para receber os turistas da Copa. “Vai ser um caos. Teremos inúmeros visitantes internacionais e vejo que a maioria das lojas não está preparada nem com a questão do idioma”, opina Silveira. Segundo ele, a RB está contratando “pelo menos” um profissional bilíngue para trabalhar em cada uma das seis unidades da rede. O empresário comenta ainda que “busca estar sempre se aprimorando e treinando a equipe” de 49 funcionários. Mas adverte que, como consumidor, tem uma experiência “ruim” de atendimento, de forma geral, no comércio local.

O vice-presidente do Sindilojas, Paulo Kruse, ressaltou a importância de palestras de capacitação, principalmente de pequenos lojistas. “Em geral, os menores não têm como bancar consultorias para entender às mudanças do varejo no mundo.” O dirigente ainda ressaltou que a entidade vem tentando, constantemente, “abrir o caminho” para que os comerciantes gaúchos se preparem não só para receber turistas de eventos internacionais, como se posicionem melhor no mercado. “Porto Alegre é um grande polo varejista mas, somente agora, o Brasil está percebendo que este setor ainda pode se modernizar.”



Veículo: Jornal do Comércio - RS


Veja também

O Boticário investirá R$ 1 bi na expansão de novo tipo de loja

A concorrência com a Natura, que anunciou este ano a meta de entrar no varejo com lojas físicas, alé...

Veja mais
Presidente da ABRAS participa do 5ª Supervendas

Mobilização pela desoneração da cesta básica e imposto na nota fiscal foram debatidos...

Veja mais
Nestlé perde monopólio, mas faz nova fábrica de Nespresso

Apesar de ter perdido o predomínio absoluto na venda do bilionário mercado de cápsulas de caf&eacut...

Veja mais
Celular em Braille pode chegar às lojas em 2013

Aparelho transforma imagens e textos em pontos salientes para uso por deficientes visuais Um novo smartphone, que adapta...

Veja mais
Preço mínimo do café ainda sem consenso

O aumento do preço mínimo do café não deve chegar a R$ 340 por saca, segundo uma fonte envol...

Veja mais
Boehringer produz no país insumo estratégico

É em uma fazenda na cidade de Arapongas, no Paraná, que a farmacêutica alemã Boehringer Ingel...

Veja mais
Patrocinador economiza para 2014

Não são apenas as obras dos estádios que serão entregues em cima da hora para a Copa das Con...

Veja mais
No varejo popular de São Paulo e Rio, nada de Copa

Às 16h do dia 15 de junho, a seleção brasileira vai abrir o primeiro jogo da Copa das Confedera&cce...

Veja mais
No Brasil, múlti e brasileiras lançam cápsulas de café

No Brasil, a moda do café em doses individuais começou há pouco mais de uma década, com sach...

Veja mais