O aumento do preço mínimo do café não deve chegar a R$ 340 por saca, segundo uma fonte envolvida na negociação. "Vai ser difícil chegar a esse preço", disse a fonte. Um patamar mínimo em torno desse valor foi levantado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), é reivindicado pelo setor produtivo e foi encaminhado pelo governo ao Conselho Monetário Nacional (CMN), que poderá apreciar esse voto hoje. O preço atual, de R$ 261,69, não é reajustado desde 2009. No caso do café robusta, o aumento desejado e proposto é dos atuais R$ 156,57 para R$ 180.
Ontem, quando o CMN se reuniu para decidir os votos em geral a serem apreciados hoje, não havia consenso sobre o preço do café. A expectativa é que o CMN coloque o assunto em pauta hoje, mas não havia nada acertado, segundo a fonte envolvida na negociação. Na última reunião, no fim de março, o assunto não chegou a ser colocado em pauta, contrariando as expectativas do setor produtivo.
Lideranças da cafeicultura dizem que, em muitos casos, os custos de produção são maiores que os preços recebidos pelo produto, hoje em torno de R$ 300 a R$ 315 pela saca. A revisão do preço mínimo também é condição necessária para outras ações governamentais, como leilões de compra do produto. Uma fonte do setor produtivo disse que é aceitável o reajuste do preço mínimo ficar acima do valor praticado no mercado, em um patamar entre R$ 320 e R$ 330. Elmiro Nascimento, secretário de Agricultura de Minas Gerais, afirmou que o reajuste do preço mínimo do produto não teria influência alguma sobre a inflação.
Veículo: Valor Econômico