"Alerta Geada" para a cafeicultura paranaense já está em operação

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Está em operação o "Alerta Geada", serviço do Instituto Agronômico do Paraná - Iapar, instituição participante do Consórcio Pesquisa Café, cujo programa de pesquisa é coordenado pela Embrapa Café, e Instituto Tecnológico Simepar voltado à proteção de lavouras novas de café no estado. As previsões podem ser obtidas pelo telefone (43) 3391-4500 e, gratuitamente, na internet (aqui e em www.simepar.br). Também é possível fazer o cadastro (aqui) para receber o alerta por correio eletrônico ou torpedo - Short Message Service (SMS) - no celular.

 

Desde 1995, quando foi implantado, o "Alerta Geada" vem evitando prejuízos com a recomendação de medidas que reduzem os riscos, sempre iminentes, nesta época do ano. A adoção das recomendações é uma decisão do produtor, mas a pesquisa comprova que o custo é compensador.

 

O agricultor recebe os avisos a tempo de adotar as medidas de proteção. Ao detectar a aproximação de massas de ar frio com intensidade capaz de provocar danos à cafeicultura, é emitido o que os pesquisadores chamam de pré-alerta, com 48 horas de antecedência; confirmadas as condições, após 24 horas, é feito um aviso afirmativo, informa a meteorologista Ângela Beatriz Costa.

 

As técnicas de proteção são bem conhecidas e utilizadas pelos cafeicultores paranaenses. A partir do disparo de alerta, a recomendação é enterrar completamente as mudas de até seis meses de idade; viveiros devem ser protegidos com cobertura vegetal ou de plástico - lembrando que, em ambos os casos, a proteção deve ser removida tão logo cesse o risco de geada.

 

Já nas lavouras de plantas maiores, de seis meses a dois anos, a técnica adequada é cobrir apenas o tronco com terra, prática que deve ser feita imediatamente e mantida até o final do inverno.

 

O economista Paulo Franzini, da Secretaria da Agricultura e Abastecimento - Seab, calcula que o cafeicultor desembolse R$ 800 por hectare para fazer o enterrio e desenterrio das mudas com até seis meses. Já o chegamento e retirada de terra nas plantas de idade entre seis meses e um ano custa em torno de R$ 370 por hectare.

 

Ainda segundo Franzini, a implantação de uma lavoura de café custa em torno de R$ 10 mil por hectare. Além do prejuízo financeiro, a perda de mudas atrasa a formação da lavoura. Estima-se que o Paraná tenha hoje cerca de dois mil hectares de cafeeiros com idade inferior a seis meses. Isso equivale a 10 milhões de plantas vulneráveis, expostas ao frio. Sem as medidas preventivas previstas no sistema de alerta, o prejuízo pode ser grande.

 

Embora dirigido ao parque cafeeiro paranaense - distribuído pelas regiões norte, noroeste e parte do oeste do estado -, pesquisadores e profissionais da assistência técnica vêm observando que outros setores também utilizam as informações do "Alerta Geada" para orientar suas atividades, como a produção de hortaliças, construção civil, área de turismo e eventos e a indústria e comércio de vestuário.

 

O "Alerta Geada" é ativado em maio e permanece em operação até meados de setembro. É um serviço prestado pelo Iapar e Simepar, com apoio da Seab, Emater-PR e Consórcio Pesquisa Café.

 

Consórcio Pesquisa Café - Congrega instituições de pesquisa, ensino e extensão localizadas nas principais regiões produtoras do País. Seu modelo de gestão incentiva a interação das instituições e a otimização de recursos humanos, físicos, financeiros e materiais. Foi criado por dez instituições: Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola - EBDA, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais - Epamig, Instituto Agronômico - IAC, Instituto Agronômico do Paraná - Iapar, Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural - Incaper, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - Mapa, Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro - Pesagro-Rio, Universidade Federal de Lavras - Ufla e Universidade Federal de Viçosa - UFV.

 

 

Fonte: Assessoria de Comunicação do Iapar


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