No México, governo diz que Mabe não vai demitir

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As operações da Mabe no Estado de Querétaro, ao norte da Cidade do México, e os empregos de quase 800 pessoas estão garantidos, de acordo com o governo local, que reagiu sem sobressaltos à solicitação de recuperação judicial protocolada pela subsidiária da empresa no Brasil na sexta-feira.

O secretário do Trabalho de Querétaro, Tonatiuh Salinas Muñoz, garantiu que a Mabe Astral, pertencente ao grupo Mabe, não promoverá demissões por todo o restante deste ano. "Continuamos - não por causa da recuperação judicial, e sim por uma questão de linha de trabalho - em comunicação ininterrupta, tanto com os sindicatos como com a direção das próprias empresas, para sermos informados em primeira mão de qualquer possível eventualidade", disse ele.

Na sexta-feira a Mabe Brasil pediu recuperação judicial a tribunal de primeira instância do Estado de São Paulo. As complicações na subsidiária brasileira, afetada por problemas de liquidez e condições do mercado, obrigaram a empresa a fechar sua unidade no município de Itu, deixando cerca de 1,3 mil pessoas desempregadas.

A Secretaria do Trabalho de Querétaro envolveu-se a fundo na operação da unidade da Mabe instalada no Estado. "Em novembro de 2012 realizaram um corte de pessoal que se estendeu e foi concluído em fevereiro de 2013, deixando um saldo de 278 trabalhadores sindicalizados que deixaram de trabalhar na empresa Mabe", informou Salinas Muñoz.

Desses trabalhadores, 272 fecharam um acordo imediato com a companhia e seis protocolaram solicitações na Junta Local de Conciliação e Arbitragem de Querétaro.

Em função dessas demissões, estabeleceu-se uma linha de comunicação entre o governo do Estado e a direção da Mabe, mais especificamente de sua fábrica Astral Querétaro. A direção declarou que não promoverá qualquer outro corte de pessoal até o fim do ano, sustentou Salinas Muñoz.

Ele explicou que a época de produção mais fraca é o primeiro trimestre do ano. Em vista disso, as demissões, segundo ele, visaram "adequar os planos de produção aos de vendas" da empresa.

Salinas Muñoz especificou que a contração do mercado registrada pela Mabe foi da ordem de 8% na fabricação de geladeiras. A empresa prevê que venderá este ano pouco mais de 800 mil unidades, todas produzidas na fábrica de Astral Querétaro.

"Estamos confiantes que a Mabe continuará sendo uma empresa bem-sucedida em Querétaro e continuará oferecendo emprego seguro aos quase 800 funcionários de sua fábrica de Astral", disse ele.

Na segunda-feira a Mabe México garantiu em comunicado que "a situação observada no Brasil não afeta, sob nenhum aspecto, a operação normal da empresa em outros mercados". Disse também que a Mabe "está focada em seu futuro, por meio do fortalecimento de seu Plano de Transformação Industrial que prioriza os mercados mais atraentes, e organiza a produção e o crescimento global da empresa".

No mesmo dia, a agência Standard & Poor's manteve sua classificação BB+ atribuída à controladora Mabe e considerou que o anúncio de sua subsidiária brasileira não terá "qualquer impacto sobre seu modelo de negócio e financeiro".


Filial brasileira inicia negociação com sindicato

A fabricante de eletrodomésticos Mabe, que pediu recuperação judicial no Brasil na sexta-feira, informou ontem que nenhuma demissão será realizada nas unidades de Campinas e Hortolândia (SP) sem a negociação prévia com o Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região. Trabalham nas duas unidades, que fabricam fogões e geladeiras, cerca de 2,7 mil pessoas.

Representantes da companhia e do sindicato fizeram uma primeira reunião ontem e um novo encontro foi marcado para a próxima semana. Além do pedido de recuperação judicial, a empresa, que tem sede no México, fechou sua fábrica de Itu (SP), o que gerou a demissão de cerca de 1,3 mil pessoas.

Os empregados das fábricas de Hortolândia e Campinas estão afastados do trabalho. Parte deles está acampada, em protesto, em frente às unidades. "Nas fábricas, falta matéria-prima e não há energia elétrica", diz Claudio Oliveira, representante do sindicato. Preventivamente, na reunião, a empresa pediu que a entrada de trabalhadores não seja impedida a partir de hoje.



Veículo: Valor Econômico


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