O resultado gerou déficit de US$ 110,41 milhões no saldo da balança comercial do Estado no período
As importações cearenses cresceram quase 42% no primeiro quadrimestre deste ano, na comparação com igual período do ano passado. Foram aproximadamente US$ 994,91milhões ante US$ 720,90 milhões comprados do exterior no acumulado de janeiro a abril nos respectivos anos, puxados, agora, por setores como combustíveis/óleos, trigo, ferro e aço, que representam 53,8% do que é importado pelo Estado. No confronto com abril de 2012, a alta foi de 70,8%. Os principais países de origem são China, Argentina, Trinidad e Tobago e Estados Unidos.
O resultado gerou um déficit de US$ 110,41 milhões no saldo da balança comercial do Ceará (exportações menos importações) no último mês, atingindo US$ 636, 28 milhões no acumulado janeiro a abril de 2013. Os dados são da edição de abril do Ceará em Comex, estudo de inteligência comercial do Centro Internacional de Negócios do Ceará (CIN) da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) que retrata o panorama do comércio exterior estadual.
"Atualmente, as importações do Ceará estão ligadas ao seu processo produtivo. Dessa forma, enquanto o Estado estiver ampliando o Porto do Pecém ou a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP)estiver em construção, por exemplo, não há a possibilidade de termos um saldo positivo da balança comercial do Ceará. São compras para esses dois investimentos pesados na economia local, que quando estiverem prontos contribuirão para aumentar as exportações do Ceará, revertendo esse quadro deficitário. Só a CSP multiplicará por quatro o atual volume exportado pelo Estado", destaca o superintendente do CIN, Eduardo Bezerra. "Neste caso, mais importações não representa desperdício e sim investimento", emenda o superintendente do CIN.
Vendas externas
No acumulado de janeiro a abril, o Ceará exportou US$ 358,6 milhões, valor que pela primeira vez, nos últimos cinco anos, é inferior ao registrado em igual período do ano anterior, que ficou em US$ 412.690.846.
Outro fator detectado pelo CIN é que a participação do Estado nas vendas externas brasileiras tem diminuído, enquanto que nas compras tem aumentado. Segundo o analista de comércio exterior da entidade, Felipe Figueiredo, o Nordeste como um todo continua exportando menos em relação a 2012, onde o Ceará ocupa a quarta posição. Atualmente o Estado representa 7% do valor comercializado pela região no primeiro quadrimestre, e pouco mais de 5% considerando apenas o último mês.
As vendas de calçados, couros e castanha de caju respondem por mais da metade das exportações cearenses, apesar do setor de frutas ter apresentado crescimento no acumulado de 2013. Destaca-se em abril o aumento de US$ 1,5 milhão nas exportações de complementos alimentares para a China.
Por outro lado, a comercialização de calçados para os Estados Unidos caiu 38,2%, sendo que o comércio com Paraguai e Argentina cresceu, respectivamente, 175% e 59%.
De um modo geral, há um crescimento nas exportações cearenses para os blocos de países da Ásia e Mercosul. No entanto, os principais destinos dos produtos cearenses são os Estados Unidos e a União Europeia, que juntos representam 54% das exportações em 2013.
Exportação: CE incluído nos mapas estratégicos
Representantes das 23 Unidades da Federação e das 15 instituições parceiras do Plano Nacional da Cultura Exportadora (PNCE) estiveram reunidos ontem, no auditório da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), para o lançamento de 15 mapas estratégicos, dentre os quais está um para o Ceará, e de oito planos de ação de comércio exterior.
O PNCE é coordenado pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e visa promover ações de desenvolvimento e difusão da cultura exportadora nos estados.
"Em um cenário internacional difícil, é fundamental planejar e aperfeiçoar ações estratégicas para aumentar a inserção comercial do Brasil no exterior", declarou, durante o evento, o secretário-executivo adjunto do Mdic, Ricardo Schaefer sobre as administrações estaduais. O trabalho que vem sendo realizado é meritório por modernizar a gestão, com melhor alocação de recursos e maior efetividade e sinergia para as atividades de promoção comercial", afirmou.
Estados participantes
Os 15 mapas estratégicos lançados hoje definem ações em Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Nestes estados, foram identificados setores estratégicos para o comércio exterior e selecionadas atividades para potencializá-los. Já em outros oitos estados que integram o PNCE (Acre, Alagoas, Amapá, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima, Sergipe e Tocantins), foram elaborados planos de ações para a formação, capacitação e sensibilização, com foco no curto prazo e no trabalho de base, para a promoção de uma cultura exportadora mais robusta.
Veículo: Diário do Nordeste