Grandes redes farmacêuticas dominam mercado nacional

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Após faturar quase R$ 50 bilhões em 2012, o varejo farmacêutico deve dobrar esse valor nos próximos cinco anos apoiado na entrada de novas empresas no mercado brasileiro, mudanças no comportamento do consumidor e, principalmente, na fusão e expansão de grandes players. Segundo estudo feito pela Brasilpar, empresa de assessoria financeira, com base em dados da IMS Healthy, as cinco maiores redes farmacêuticas do País foram responsáveis por R$ 14,4 bilhões do faturamento total no ano passado.

A Pague Menos, que figura entre as cinco maiores brasileiras, reflete o momento positivo do varejo farmacêutico. Em entrevista exclusiva ao DCI, o presidente e fundador da rede, Deusmar Queiroz, comenta o crescimento acentuado do player, que tem previsão de aumentar de 18% a 20% a receita bruta de vendas até o fim deste ano. "Nós estamos dobrando o faturamento a cada quatro anos. Em média, o aumento chega a ser superior a 20% por ano. Além disso, a previsão é de ter inaugurado 100 lojas em 2013, chegando a um total de 685 no fim do ano e mil até 2017."

O fundador da Pague Menos aposta no crescimento orgânico para expandir a marca. "A vantagem desse tipo de expansão é que você abre onde quer, quando quer, como quer. Hoje são 610 lojas em funcionamento. Fechamos ano passado com 585. É um plano nacional, abrimos lojas no interior de São Paulo, Acre, Maranhão. A ideia é contar com uma unidade em cidades com mais de 70 ou 80 mil habitantes, e nas cidades grandes, uma a cada 100 mil. Desde 2009 estamos presentes em todos os estados brasileiros", comenta o empresário. Entre as cidades que receberam novas lojas da Pague Menos recentemente estão Criciúma (SC), Petrolina (PE) e Curitiba (PR).

O domínio do mercado pelas grandes redes e a expansão cada vez maior destas deve se confirmar nos próximos anos. É o que afirma o sócio-diretor da Brasilpar, Luiz Eduardo Costa, em entrevista ao DCI. "Há uma tendência de consolidação, para que os grandes players se tornem nacionais. Existem 60 mil farmácias no Brasil, e as grandes redes tem ao todo 3 ou 4 mil. Mas para o Brasil, um país continental, o crescimento deve ser forte, porque hoje ainda é relativamente pequeno."

Atualmente, as redes de pequeno porte são responsáveis por 47% do mercado, mas o quadro deve se inverter nos próximos anos. Segundo o executivo, a representatividade que pequenas e médias empresas possuem no setor se deve muito à fraca presença das grandes companhias em cidades menores. "Essa é a encruzilhada do setor. Você tem os regionais, que já começam a sofrer a concorrência dos grandes players. Esse é o desafio para as cadeias menores, escolher quais as alternativas podem seguir, como buscar um investidor financeiro ou consolidações regionais, por exemplo. Há necessidade de todo o setor repensar o negócio". A previsão da Brasilpar é de que em dez anos, as lojas independentes tenham apenas 30% do mercado, enquanto médias e grandes possuam uma fatia de 70%.

Para o sócio-diretor da assessoria financeira, grandes players estrangeiros também podem se estabelecer no Brasil. Em fevereiro, o grupo norte-americano CVS Caremark, considerado o maior dos Estados Unidos, comprou a rede brasileira Onofre. "O que estamos vendo é talvez o maior player mundial entrando em um mercado promissor no Brasil. Com certeza vai trazer outros, não é o único a olhar para o País", afirma Luiz Eduardo Costa. A CVS teve faturamento de R$ 128,3 bilhões em 2012.

Mercado


As outras grandes redes farmacêuticas também devem aproveitar o aquecimento do setor para expandir suas atividades. A DPSP, resultado da fusão entre Drogaria São Paulo e Drogarias Pacheco, busca consolidar sua presença no País. É o que afirma o diretor de marketing da DPSP, André Elias.

"Em 2013 devemos inaugurar cerca de 100 lojas. No momento, estamos fortalecendo as operações já iniciadas. As últimas inaugurações ocorreram em Goiás, Espírito Santo, Minas Gerais e no interior de São Paulo. Já trabalhamos, no entanto, no sentido de abrir novos mercados".

A RaiaDrogasil, maior rede do País em faturamento, fechou o primeiro trimestre de 2013 com um total de 895 pontos de venda em operação, sendo que 36 inaugurações. A receita bruta gerada foi de R$ 1,4 bilhão, 11,8% maior em relação ao primeiro trimestre de 2012.

O grupo Brasil Pharma, formado pelas redes de drogarias Farmais, Guararapes, Rosário, Mais Econômica, Sant'Ana e Big Ben, registrou faturamento de R$ 814,7 milhões no primeiro trimestre de 2013, um crescimento de 16,5% em comparação ao mesmo período de 2012. A Brasil Pharma possuía 1.115 lojas ao fim dos três primeiros meses do ano, sendo 709 próprias e 406 franquias.



Veículo: DCI


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