Para Itamaraty, convite da União Africana mostra forte interesse dos africanos no desenvolvimento econômico brasileiro. Negociações comerciais envolverão as áreas de aviação, ciência e tecnologia, agricultura e educação
O relacionamento do Brasil como continente africano ganhou destaque na agenda da política externa brasileira este ano. Num espaço de pouco mais de quatro meses, a presidente Dilma Rousseff viajará pela terceira vez para uma nova rodada de encontros no continente em Adis Adeba, na Etiópia.A viagem acontece para a cúpula comemorativa do aniversário de 50 anos da União Africana, que reúne 54 países do continente. Dilma viaja amanhã à noite, para se preparar para a agenda oficial que será realizada ao longo do próximo sábado.
O Brasil foi o único país da América do Sul a receber convite de honra para o evento. Além dele, nas Américas, haverá apenas a participação da Jamaica. Entre os demais convidados está a França, a União Europeia, a China, a Índia e um representante do Oriente Médio ainda não definido, que poderá ser Qatar ou Palestina.O convite recebido por Dilma pode ser interpretado como um gesto da importância que os países da África estão dando ao Brasil.
Na análise de técnicos do Itamaraty, os africanos demonstram interesse em aprender mais com os avanços econômicos e sociais obtidos pelo Brasil nos últimos anos. Ao Brasil, interessa abrir mercado para as empresas brasileiras, principalmente nas áreas de transportes, energias e comunicações. Segundo o diretor do Departamento de África do Itamaraty, Nedilson Ricardo Jorge, a discussões sobre os temas da integração econômica e da infraestrutura deverão permear o discursos dos chefes de estados convidados, entre eles, o Brasil. “Acredito que não faltarão menções sobre a questão da infraestrutura até pelas próprias iniciativas da União Africana, como o Programa de Infraestrutura e Desenvolvimento na África (Pida, criado em2012), que busca reduzir o déficit em infraestrutura do continente”, afirma Nedilson.
Na agenda de Dilma durante o evento, há apenas uma reunião bilateral, com a Etiópia, mas o Itamaraty ainda programa outros encontros. Segundo Nedilson, estão previstas assinaturas de acordos na áreas de serviços aéreos, ciência e tecnologia, agricultura e educação. O acordo de serviços aéreos acontece diante das iniciativas do Brasil em promover maior conectividade de voos diretos com o continente africano. Por exemplo, a partir de 1º de julho, a Etiópia Airlines vai começar a voar para o Brasil, como parte desse plano.
Veículo: Brasil Econômico