Proposta de evento em Medeiros é valorizar a fabricação e conta com produtores da região Central.
O 18º Concurso Municipal do Queijo Minas Artesanal Canastra será realizado hoje em Medeiros, região Central do Estado. A iniciativa é da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa-MG), prefeitura, Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG), em parceria com outras instituições. O evento vai escolher os três melhores queijos do município, que serão classificados para a disputa regional.
A proposta é valorizar o queijo minas artesanal. Participam do concurso 35 produtores. A comissão julgadora será composta por 14 membros. Os jurados irão avaliar os queijos de acordo com os critérios: apresentação, cor, textura, consistência, paladar e olfato. Os vencedores receberão prêmios e certificados e os demais troféus.
"A ideia é incentivar os produtores a fazer um queijo de qualidade, com total segurança alimentar e manter a tradição do queijo canastra. Além disso, valorizar o queijo dos vencedores que podem negociar seus produtos por um preço melhor", diz o extensionista da Emater-MG, Alberto Schwaiger Paciulli.
Segundo a coordenadora técnica estadual da Emater-MG, Marinalva Soares, para participar do concurso regional, o produtor de queijo precisa passar pelo municipal. "Cada uma das cinco regiões realizam os concursos municipais, e os primeiros colocados são convidados para os concursos regionais. Os cinco primeiros classificados nos regionais são por sua vez, convidados a participarem do estadual", explica.
Para o presidente da Emater-MG, José Ricardo Ramos Roseno, os concursos ajudam na divulgação dos melhores queijos produzidos na região, pois garantem destaque e agregação de valor ao produto. "Os vencedores conseguem um destaque muito grande dentro e fora do Estado. A produção do vencedor é geralmente muito valorizada e disputada no comércio em geral", diz o presidente.
Artesanal - Pela legislação estadual vigente, o queijo minas artesanal pode ser produzido em toda Minas Gerais, mas as regiões do Cerrado, Araxá, Canastra, Serro e Campo das Vertentes continuam detendo o título de produtoras tradicionais deste tipo de queijo. O reconhecimento é respaldado por estudos do processo de fabricação, em cada região, tendo em vista características peculiares do local de origem, tais como: história, economia, cultura e clima, entre outros itens.
"Foram feitos estudos históricos e agrogeológicos para identificar e caracterizar a produção, que tem uma importância econômica, social e cultural muito significante para os municípios incluídos", explica Marinalva Soares.
Em todo o Estado, a estimativa é de 30 mil produtores de queijo minas artesanal, sendo que, deste total, nove mil estão nas regiões tradicionais do produto. Os queijos das regiões Canastra e Serro já possuem Indicação Geográfica (IG), o que significa o reconhecimento de qualidades particulares, atribuídas à origem geográfica deles. As demais regiões (Araxá, Campo das Vertentes e Cerrado) também batalham pelo IG, tendo potencial para reivindicar este tipo de certificação. A Emater-MG continua o trabalho pela regularização da produção do queijo minas artesanal. Este ano está reestruturando as equipes de extensionistas que irão trabalhar exclusivamente com a produção do queijo minas artesanal.
Hoje 233 produtores têm seus queijos cadastrados no IMA, que é o órgão público mineiro responsável pela inspeção sanitária do produto. Outra informação importante, segundo Marinalva Soares, é que estão em andamento as discussões do IMA com o Ministério da Agricultura (MAPA) para o processo de adesão de Minas ao Sistema Brasileiro de Inspeção (SISBI) de lácteos. Após esta adesão, os produtos lácteos inspecionados pelo IMA poderão ser comercializados em todo o país. Atualmente, o queijo minas artesanal só pode ser comercializado no território mineiro, apesar de mobilizações favoráveis na Câmara federal e na Assembleia de Minas.
Veículo: Diário do Comércio - MG