Papel e Papelão: setor foi afetado pelos reflexos da crise

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Com a chegada da crise econômica global, o setor de papel e papelão que projetava crescimento significativo para 2008 reviu os resultados. A expansão prevista para o segmento de 16% chegou a apenas 4% frente ao intervalo anterior. Já as empresas produtoras de papel e papelão ondulado que esperavam incremento entre 4% e 4,5% deverão fechar o exercício com estagnação frente ao balanço de 2007.

 

De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria de Celulose, Papel e Papelão no Estado de Minas Gerais (Sinpapel-MG), Antônio Eduardo Baggio, diante do atual cenário o setor já reduziu o ritmo de produção e as atividades de 2009 dependerão de como o mercado irá reagir. "Estamos nos adequando ao tamanho do mercado. A nossa indústria depende principalmente do ânimo do consumo interno", disse.

 

Segundo ele, quando a economia estava aquecida, as empresa de uma forma geral trabalhava com estoques. A tendência é de que a partir de agora as compras sejam feitas apenas para o atendimento das necessidades imediatas. Baggio afirmou que o comportamento foi alterado, pois diante da incerteza sobre o cenário futuro não é possível fazer um planejamento de longo prazo.

 

Até o momento, não foram registradas demissões no setor em Minas Gerais, mas o dirigente não descarta a possibilidade de desligamentos neste ano. As indústrias de papel e papelão chegaram a ter próximo de 90% da capacidade instalada em operação. No segmento de celulose a ocupação chegou a 95%.

 

Tendência - No entanto, a tendência é de que nos próximos meses o percentual nas duas áreas caia e fique entre 65% e 70%. Como nos últimos meses os negócios estavam bastante aquecidos, muitos empreendedores fizeram investimentos na manutenção do ritmo dos negócios.

 

"A inadimplência deve aumentar no início de 2009. Muitas empresas não terão condições financeiras de honrar empréstimos realizados e podem quebrar", disse.

 

Se a previsão se concretizar, Baggio acredita que se manterão no mercado apenas os negócios sólidos. "Irão sobreviver somente os que puderem se adaptar. Não são os maiores nem os menores que fecharão as portas. Os que não souberem aproveitar o atual momento, enfrentarão fortes dificuldades", disse.

 

A valorização do dólar frente ao real é considerada positiva, uma vez que as exportações podem ser intensificadas. Porém, como a celulose é cotada no mercado internacional, o preço do insumo fica mais caro com o câmbio desvalorizado. Atualmente, a tonelada do material é vendida a cerca de US$ 430, sendo que no início do ano era comercializada a US$ 810.

 

Até o último levantamento, o setor empregava no Estado cerca de 35 mil pessoas. No entanto, o presidente do sindicato afirmou que muitas empresas encerraram as atividades e a estimativa é que o segmento gere em Minas Gerais 28 mil postos de trabalho. De acordo com Baggio, Minas perdeu muitos empreendimento para Goiás, Rio de Janeiro e São Paulo em função do concedimento de benefícios fiscais. (CC)

 

Veículo: Diário do Comércio - MG


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