Associativismo foi a saída para empresários supermercadistas concorrerem com as grandes redes
Iguatu. Implantada há oito anos, a Associação dos Mercantis Iguatuenses (Amig) colhe os resultados positivos de um trabalho associativo, pioneiro na região Centro-Sul. O objetivo da entidade é fortalecer os mercadinhos a partir da estratégia da compra conjunta, treinamento empresarial e padronização das fachadas. Os associados estão satisfeitos com o crescimento das vendas. A chegada de um supermercado de uma grande rede estadual há quase dois anos, não afetou os negócios das unidades associadas à Amig. "Houve uma melhoria nas vendas", disse o presidente da entidade, Róseo Bandeira Neto.
"Os nossos clientes mantêm a fidelidade e os nossos preços no geral são competitivos". A entidade foi criada a partir de uma articulação do escritório do Serviço Brasileiro de Apoio à Pequena e Microempresa (Sebrae). "A ideia inicial era fortalecer o comércio varejista que enfrentava dificuldades", observa a articuladora do Sebrae, Lenilde Chaves, que faz o acompanhamento da associação. "Muitos desistiram, mas os que ficaram estão fortalecidos", complementa.
Hoje, a entidade conta com dez associados que permanecem unidos, mostram-se satisfeitos com o crescimento das vendas e desejam fortalecer o trabalho. Inicialmente, eram 16, mas por motivos diversos alguns foram excluídos. "O grupo permanece forte, unido e há perspectiva de ingressar novos associados", observou Bandeira.
"Esse é um resultado natural, fruto do esforço do grupo", observa Lenilde Chaves. "Até as empresas grandes estão se unindo para vencer as dificuldades do mercado, a concorrência. Os pequenos precisam fazer o mesmo". O espírito entre os associados é de união e fortalecimento da parceria.
O presidente da Amig, Róseo Bandeira Neto, há 21 trabalhava como vendedor de uma grande loja de tecidos, quando perdeu o emprego e resolveu colocar um mercantil. No início, pensava em desistir da atividade. "Foi quando apareceu a Amig e me deu novo impulso", contou. "União nos fortaleceu, driblou a concorrência e fez a gente crescer, atraindo novos clientes".
Caminho certo
O empresário Lenilson Gomes, há 13 anos, dono de um mercantil, diz que foi uma decisão acertada fazer parte da Amig.
"Temos muitas vantagens, na compra e na publicidade conjuntas", observa. "Há troca de informação e de experiência". Recentemente, Gomes ampliou a empresa. "Adquiri um terreno ao lado e ampliei o prédio de cinco metros para onze metros de largura", explicou. "As vendas estão sempre crescentes e estou satisfeito", contou.
Gomes observa que no trabalho associativo não há concorrência desleal. "Somos parceiros", frisou. Ele lembra que no primeiro dia de abertura do Super Lagoa houve um impacto significativo nas vendas. "Foi geral, mas só o primeiro mês", disse. "Temos promoções e preços competitivos". A Amig tem um volume de compra mensal de aproximadamente R$ 200 mil e gera cerca de 100 empregos diretos.
O associado, José Cristóvão Filho, ex-presidente da entidade, disse que as vendas melhoraram muito depois do trabalho da associação. "Houve muitas dificuldades iniciais, mas a ideia foi acertada", afirma. "Hoje podemos dizer que temos uma visão empresarial profissional".
O fortalecimento da rede contribui para atrair parceiros, fornecedores dos produtos. "As empresas querem vender para os associados, sabem da confiança e do crescimento dos negócios", observa José Filho.
Descontos
Unidos, os associados da Amig conseguem nas compras desconto médio de 10%. É uma taxa significativa para vencer a concorrência das médias e grandes empresas. O preço praticado pela rede é igual nos itens adquiridos em conjunto.
Semanalmente, há uma reunião para tratar da compra conjunta e de outras questões da entidade. Cada empresário apresenta uma planilha com itens básicos. Os encartes publicitários são feitos com promoções conjuntas entre os associados.
"A propaganda coletiva beneficia todos", observou Bandeira, destacando que a rede é modelo para outros segmentos do comércio varejista.
Veículo: Diário do Nordeste