Os títulos de financiamento do agronegócio giram hoje, oito anos após a realização do primeiro negócio, em abril de 2005, um volume financeiro da ordem de R$ 400 bilhões. O valor representa um terço de toda a carteira de crédito livre que financia a agricultura, calcula o diretor adjunto de Produtos e Financiamentos da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Ademiro Vian.
A despeito de terem sido criados em parceria entre o Ministério da Agricultura e a Febraban, terem mercado e potencial de crescimento, a negociação dos papéis ainda é pouco difundida. Até o governo, nos anúncios de seus Planos Agrícolas e Pecuários (PAP), também conhecido como Plano Safra, costuma negligenciar a propaganda desses títulos.
Ontem, a presidente Dilma Rousseff e o ministro da Agricultura, Antônio Andrade, anunciaram os recursos e o detalhamento do novo PAP 2013/2014. Entre os especialistas, a crítica é que falta envolvimento do Ministério da Agricultura na divulgação dos títulos entre os produtores, lideranças rurais, cooperativas, investidores e outros. Ou seja, estimular a qualificação de pessoas para trabalhar com todos os papéis de forma que pequenos produtores possam ter acesso a essa fonte de financiamento.
A ideia de se criar os títulos nasceu da necessidade de inserção do Agronegócio no Mercado de Capitais a partir do reconhecimento, por parte do governo, de que não haveria mais condições de financiar as grandes empresas do agronegócio brasileiro e ao mesmo tempo direcionar recursos para o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). "A exigibilidade de crédito rural dos bancos não cresce o suficiente para atender a demanda por produtores, cooperativas e empresas do setor", disse o diretor da Febraban.
Veículo: DCI