Empresas diversificam modal de transporte

Leia em 2min 40s

Brasil Kirin, que estuda usar ferrovias quando o valor do frete rodoviário subir, conseguiu reduzirem até 10% de seu custo usando navios, meio adotado pela Josapar há 15 anos

A saída pelo mar é cada vez mais usada pelas indústrias brasileiras. Hoje, o modal aquaviário representa cerca de 13% da matriz de transporte brasileira. Entretanto, empresas como a Brasil Kirin viu na navegação costeira, cabotagem, vantagem competitiva para a distribuição de seus produtos para o Nordeste. A companhia começou a estruturar o transporte por navio no mês passado e embarca 60 contêineres por mês de São Paulo para a Bahia e Pernambuco.

O coordenador de logística e transporte da Brasil Kirin, André Simmons, disse que os estudos para a troca do caminhão pelo navio começaram em2011 e os testes apontaram que os custos foram reduzidos em até 10%.

“O transporte marítimo é extremamente competitivo em distâncias acima de 800 quilômetros. Além disso, os índice de avarias da carga é praticamente nulo e isso compensa o transit time mais longo em relação ao caminhão”, disse o executivo. Pela cabotagem leva-se 10 dias da origem ao destino, já pelo modal rodoviário o tempo de viagem de São Paulo ao Nordeste é menor e varia entre 5 a 6 dias.

Os contêineres da Brasil Kirin são movimentados pela Log-In e pela Maestra e todo mês há uma escala a mais no trajeto e os navios chegam a Manaus. “Para o Norte mandamos pouco para lá, três contêineres. Até porque temos uma fábrica que abastece todo o consumo local”, acrescentou.

Outra que usa a cabotagem desde a 1998 é a Josapar. A dona da marca de arroz Tio João movimenta 36 mil toneladas por mês em navios, o que representa entre 25% a 30% de todo o transporte da companhia. Os navios da Aliança Navegação e logística é que fazem esse transporte. “Nosso planejamento envolve, além da cabotagem, a ferrovia. O abastecimento para o Sudeste é realizado por trem. Do Rio de Janeiro para Manaus usamos os navios da Aliança”, explica o diretor-presidente da Josapar, Luis Gustavo Krause.

Para o analista de transporte e professor da Ebape/FGV, Renaud Barbosa, a cabotagem ainda carece de investimentos estruturais para se tornar uma opção competitiva para as empresas brasileiras. Segundo ele, o gargalo no modal está n os portos brasileiros.

“Os acessos terrestres são ruins e isso faz com que o modal, bem competitivo quando feito em condições normais, perca parte desse ganho. São filas de caminhões e de navios para atracar nos terminais. Investimentos portuários precisam ser feitos para termos mais uma opção competitiva de transporte”, disse Barbosa. Além da cabotagem, a Brasil Kirin também está testando a ferrovia. O transporte ferroviário. A companhia tem um projeto piloto para abastecer o mercado do Centro- Oeste saindo de São Paulo e do Maranhão. Quem tem a concessão desses trechos são a ALL e a Ferrovia Norte-Sul. “Embarcamos há um mês dois contêineres de Sumaré (SP) para Alexânia(GO). Mas, a ferrovia não é uma alternativa tão competitiva quando à cabotagem. Os custos, em relação ao rodoviário, são iguais. Vamos usar os trens quando acontecer um aumento do frete do caminhão”, diz Simmons, da Brasil Kirin.



Veículo: Brasil Econômico


Veja também

Preço de produto desonerado da cesta básica cai 8,24%

Os preços dos produtos da cesta básica na cidade de São Paulo que tiveram a isenção d...

Veja mais
O estudo do cérebro aplicado ao marketing

No laboratório da Forebrain, aparelhos de eletroencefalograma e máquinas que acompanham o movimento dos ol...

Veja mais
Unilever economiza € 1 bilhão em gastos por ano

A Unilever fez a mesma quantidade de desodorante Dove caber em uma embalagem com a metade do tamanho. As versões ...

Veja mais
China vai importar mais alimentos

Apesar de sua política de segurança alimentar, a China vai precisar aumentar as importações ...

Veja mais
Preços de cesta básica caem mais após isenção

Os preços dos produtos da cesta básica na cidade de São Paulo que tiveram a isenção d...

Veja mais
Índice de preços de produtos primários registra alta de 0,5%

O Índice de Commodities Brasil (IC-Br), calculado pelo Banco Central (BC), registrou alta de 0,55% em maio, na co...

Veja mais
BNDES libera R$ 3 milhões para produção a partir de reciclado

O Banco Nacional de Desenvolvimento  Econômico e Social (BNDES) apoiará com R$ 3 milhões o proj...

Veja mais
Atividade no varejo tem pequena alta em maio

O movimento de consumidores nas lojas do varejo voltou a crescer em maio, puxado pelo segmento de super e hipermercados,...

Veja mais
Massa salarial tem menor alta em nove anos

A dificuldade de retomada da economia e a inflação mais elevada nos primeiros meses deste ano começ...

Veja mais