Que as mulheres adoram se arrumar e não têm dó de gastar com produtos e serviços de beleza, não é novidade. No entanto, a mudança social que tem sido verificada no Brasil a partir do aumento do ingresso delas no mercado de trabalho formal está impactando também neste setor.
Segundo estudo do Data Popular, enquanto a expansão da população feminina de 1992 para 2012 foi de 35%, a variação do número de mulheres com carteira assinada atingiu a marca positiva de 157%. Pelo lado dos gastos com cosméticos, produtos de higiene pessoal e serviços de beleza (cabeleireiros, manicures e esteticistas) as famílias brasileiras registraram R$ 26,5 bilhões dez anos atrás e devem destinar R$ 59,3 bilhões neste ano – crescimento de 124%.
Quase a metade do total previsto para 2013 deve ser desembolsado pela classe média. Pessoas com renda maior responderão por um terço e o estrato social mais baixo por menos de dois quintos.
O sócio e diretor do Instituto Data Popular, Renato Meirelles, explica que a forte presença feminina executando funções de atendimento ao público em geral pode ser apontada como uma das razões para a ampliação de salões de beleza por todo o País. “Embora não sejam as únicas responsáveis pelos gastos com produtos e serviços de beleza e cuidados pessoais, as mulheres determinam grande parte do destino do dinheiro para essa categoria. Até o fim deste ano, os brasileiros devem gastar R$ 59,3 bilhões com este segmento. Um mercado nada desprezível para a indústria”, reforça o executivo.
DIVISÃO - O levantamento aponta ainda que apesar de oito em cada dez mulheres da classe alta terem ido ao cabeleireiro, manicure e pedicure nos últimos 30 dias, do total de frequentadoras, esse público representa menos de dois quintos. A classe baixa, por outro lado, tem baixa proporção de visitas ao salão de beleza, mas responde por quase um terço das clientes.
Em um mês, 21% das mulheres da classe média foram mais de duas vezes ao salão de beleza. Entre o público feminino da classe alta o percentual com essa frequência é de 38%. Mesmo entre as mulheres mais pobres, 11% estiveram em um espaço de beleza a partir de três vezes no mês. “Enquanto ela (a mulher) trabalhava apenas em casa não havia esta grande preocupação com a aparência, mas mudando de cenário, a tendência é se adequar às exigências do local para ser aceita e incluída naquele ambiente”, acrescenta Meirelles.
Veículo: Diário do Grande ABC