MANEJO
Crescimento pode ser a solução para áreas degradadas
A produção do açaí será prioridade no trabalho de manejo realizado pelos agricultores na região da Transamazônica e do Xingu. A decisão foi anunciada durante a primeira reunião entre as instituições que compõem o grupo de trabalho do Projeto de Reestruturação do Extrativismo Vegetal. A produção será reestruturada desde as espécies existentes até o plantio de novas lavouras. A iniciativa é financiada pela Norte Energia, empresa responsável pela construção e operação da Usina Hidrelétrica Belo Monte.
As ações de incentivo à cultura do açaí serão realizadas inicialmente nos municípios de Altamira, Brasil Novo e Vitória do Xingu. Os produtores que já possuem açaí em suas propriedades receberão instruções sobre manejo sustentável e assistência técnica. Os demais interessados receberão sementes e mudas, a partir de um plano de recomposição das áreas de reserva legal e de proteção permanente.
Criado a partir do seminário realizado em março de 2013, em Altamira, o Grupo de Estudos composto por entidades que mantêm ações no setor extrativista tem como objetivo a retomada sustentável da produção do açaí. A atividade garante uma produção histórica de alimentos e insumos para produtos que vão do artesanato à produção de móveis, na região. O Projeto de Reestruturação do Extrativismo Vegetal está previsto no Projeto Básico Ambiental (PBA). “A ideia é atender as famílias de extrativistas, reestruturar a atividade na região e auxiliar na recuperação ambiental das áreas degradadas”, explicou Solange Tola, coordenadora da área de assistência técnica socioambiental.
Para o gerente socioeconômico da Norte Energia, Paulo Sérgio Costa, priorizar o açaí dentro do processo de reestruturação da cadeia produtiva torna-se uma ação estratégica. “O produto faz parte dadieta alimentar da região, é de fácil manejo e desperta o interesse do mercado nacional e internacional”. Planta nativa da região amazônica e presente em grande quantidade no território paraense, o açaí tem sido explorado há décadas.
Em áreas alagadas, a raiz resistente protege o solo da erosão e pode ser um forte aliado na recuperação das Áreas de Proteção Permanente (APPs). “O que nós queremos é transformar o produtor e um empreendedor da própria terra, mostrar a ele que a floresta é uma enorme fonte de renda”, defende Gracinete Brito, pesquisadora do Instituto de Desenvolvimento Florestal do Estado do Pará (Ideflor).
Veículo: O Liberal - PA