As flores têm perdido lugar entre os produtos preferidos, ganhando destaque, sobretudo, roupas e celulares
Os casais da Capital devem ter gastos mais altos com presentes para o dia 12 de junho do que em outras datas comemorativas. Conforme a Pesquisa sobre o Potencial de Compra para o Dia dos Namorados, a expectativa é que o comércio local movimente R$ 150 milhões no período.
Se as flores antes eram os itens mais comprados, hoje são os artigos de vestuário que aparecem em primeiro lugar na preferência, com 29,1% das intenções de compras, seguidos de relógios, óculos e joias (13,3%), celulares (11,5%), sapatos, bolsas e cintos (10,7%) e os itens de perfumaria (10,4%).
O levantamento - realizado pelo Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Comércio (IPDC) da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Ceará (Fecomércio/CE) - também indica que bombons e chocolates representam apenas 4,6% das intenções de compra e as flores 3,4%.
Mudança de perfil
Segundo o economista e diretor técnico do IPDC, Alex Araújo, a mudança do perfil do consumidor pode ser percebida com a ascensão dos celulares e dos itens de óticas, relojoaria e joias, que puxam o valor dos presentes. Conforme a pesquisa, a média de gastos deve ser de R$ 179.
"Também é possível observar aparelhos celulares subindo como produtos para presente e uma queda na presença das flores. A data era a principal para o mercado de flores e hoje tem sido o Dia das Mães", diz. Alex ressalta que, com a mudança da cultura de consumo de presentes, alguns produtos surgem na lista de intenção de compras enquanto outros perdem posição.
Dos consumidores que devem presentear, 31,8% pretende gastar entre R$ 101 e R$ 150, 17,4% entre R$ 151 e R$ 200, 13,5% até R$ 50 e 12,2% mais de R$ 400. Apesar de mostrar uma forte tendência para os produtos mais caros, 75% dos homens e 68% das mulheres devem comprar à vista.
"Percebemos uma preocupação com o endividamento, evitando assumir novas dívidas, o que justifica o número", analisa o economista. Dos 48,7% dos fortalezenses que pretendem comprar algum presente, 71,7% dos entrevistados afirmaram que irão pagar a vista e 37,9% no cartão de crédito.
Alex Araújo também comenta que, além do movimento expressivo nas compras, há um impacto bastante forte no setor de serviços, sobretudo nos restaurantes, bares e setores de entrega. Dentre os 54% dos entrevistados que devem comemorar a data, conforme o IPDC, 43,3% disseram que vão a restaurantes, 34,7% ficarão em casa e apenas 2,9% irão a hotel ou motel.
Intenção de compra
Na pesquisa por sexo, 54,5% dos homens e 48% das mulheres afirmaram que irão comprar presente. O público feminino deve ser o que mais vai presentear com itens de vestuário, com 38%. Os shoppings sãos os locais preferidos dos consumidores para as compras (56,1%), seguido por lojas de rua e galerias (21,5%).
E são as promoções que vão atrair mais os 51% dos entrevistados que pretendem comprar presentes para a pessoa amada.
Presentes: carga tributária pode chegar a mais de 70%
São Paulo Pesquisa do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) mostra que mais da metade do valor de presentes tradicionais para o Dia dos Namorados pode corresponder somente a tributos federais, estaduais e municipais.
Segundo o levantamento, os produtos importados e eletrônicos são os que têm as maiores cargas tributárias entre os itens mais consumidos na data. Em itens como perfume e maquiagem importados, a carga tributária chega a 78,43% e 69,04%, respectivamente.
Mesmo ao optar pelas versões nacionais dos produtos, o peso dos impostos ainda corresponde a mais da metade do preço, segundo o IBPT: 51,04% do valor da maquiagem e 69,13% do preço do perfume.
No caso do tablet, por sua vez, a carga tributária é de 39.12% e no telefone celular chega a 39.80% do valor do produto. Já no buquê de flores, o percentual é mais baixo, 17,71%.
Excesso
Para o IBPT, há excessiva tributação no consumo, em detrimento da renda do brasileiro "Além disso, todas as pessoas pagam o mesmo valor sobre bens e serviços, independente de sua situação econômica, sendo um sistema extremamente injusta", diz João Eloi Olenike, presidente do instituto.
"Se a carga tributária nos presentes não fosse tão alta, o brasileiro teria maiores condições de presentear adequadamente, consumindo mais e melhor nesta que é uma das principais datas para o comércio brasileiro", acrescenta.
Acima da inflação
Os preços dos produtos e serviços mais procurados para o Dia dos Namorados subiram 6,84% entre junho de 2012 e maio de 2013, segundo pesquisa divulgada ontem pela Fundação Getulio Vargas (FGV). A alta é superior à da inflação no período, que foi de 5,96% pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da FGV, diz a divulgação. As maiores altas foram registradas nos serviços. Os preços de show musical subiram 15,06%, os serviços de excursão e tour, 11,52%, e restaurantes, 8,61%.
Outros itens
Houve aumento expressivo também nos preços de alguns presentes, como bijuterias (11,99%) e bicicleta (7,79%). Altas menores que a da inflação foram registradas em itens como cintos e bolsas (5,75%), perfumes (3,56%) e relógios (3,10%). Os preços dos calçados também registraram alta menor que a da inflação: de 4,66% para os modelos masculinos e de 3,97% para os femininos.
Já as roupas femininas subiram 3,72%, enquanto as masculinas tiveram alta de 2,49%. O preço de hotel e motel subiu 3,71% no período. Os preços dos livros foram os únicos que registraram queda, de 1,23%.
Veículo: Diário do Nordeste