Demanda local ajuda calçadistas

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Depois do expressivo crescimento da produção em abril - 17,85% sobre o mesmo mês de 2012 - as indústrias calçadistas mantiveram o nível de atividade em alta em maio, entraram em junho em linha com as projeções feitas no início do ano e estão otimistas para o segundo semestre. Até agora, quem segurou a expansão foi o mercado interno, mas, segundo as empresas, as exportações tendem a ganhar fôlego na segunda metade do ano com a ajuda do dólar.

A Bibi, fabricante de calçados infantis, acumula expansão de 10% no faturamento nos cinco primeiro meses em comparação com o mesmo período de 2012, diz o diretor administrativo e financeiro, Rosnei Alfredo da Silva. Na comparação mensal, maio cresceu 12% sobre maio do ano passado e a previsão para junho é de uma alta de 20%, pois junho de 2012 foi fraco.

Para Silva, o mercado interno puxou o desempenho até agora,apesar do endividamento dos consumidores. Para o segundo semestre, as expectativas para as exportações são "ótimas", graças ao câmbio e ao esforço na prospecção e manutenção de clientes. Segundo ele, a estimativa da empresa é fechar o ano com alta de 7% a 9% no faturamento bruto em comparação com os R$ 133 milhões de 2012, com a participação das vendas externas indo de 18% para 20% a 22% da produção total, projetada em 3,3 milhões de pares.

A Piccadilly, que produz calçados femininos, teve um primeiro quadrimestre "ótimo", com expansão de 10% em volume e faturamento sobre os quatro primeiros meses de 2012, seguido de um crescimento de 13,3% em maio, na base de comparação anual. O resultado foi uma alta de 12% no acumulado dos cinco meses, influenciada positivamente pelas vendas do Dia das Mães, revela o presidente da empresa, Paulo Grings.

Em junho, segundo o empresário, o movimento esfriou um pouco, mas dentro das projeções feitas no início do ano. A percepção repassada pelo varejo, explica Grings, é que os consumidores estão endividados e aumentaram as compras à vista. Mesmo assim, ele mantém o otimismo para o segundo semestre, em parte devido ao câmbio mais favorável às exportações, e espera fechar o ano com produção de quase 11 milhões de pares, ante 9,3 milhões em 2012.

Mais cauteloso, o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Heitor Klein, diz que ainda é "cedo" para afirmar que o desempenho de abril mostra uma tendência para o resto do ano. "Em abril houve um pico, motivado pelas entregas da coleção outono-inverno, que estavam represadas no primeiro trimestre", diz o executivo. Segundo ele, relatos de varejistas indicam que maio foi mais "parado", porque o frio não chegou na intensidade esperada nas regiões Sul e Sudeste. Segundo a Abicalçados, abril também foi positivo para as exportações. Os embarques de calçados cresceram 21,1% no mês ante igual período de 2012.



Veículo: Valor Econômico


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