Produção inicial será destinada para bares, hotéis e restaurantes; mercado doméstico será incluído no ano que vem
Com mais de 25 anos de experiência profissional no segmento, a empresária Monica Leonardi prepara-se para lançar sua empresa e aproveitar o novo mercado de cápsulas de café no Brasil. A Leonardi vai atuar no meio da cadeia de produção com a proposta de ajudar o torrefador nacional a encapsular seus sabores de café. A empresária investiu cerca de R$ 1,5 milhão para comprar máquinas, estruturar a empresa. Ela prevê retorno em
Monica explica que as empresas de torrefação nacionais não têm como investir no equipamento para encapsular o café – o investimento é alto e o retorno será apenas no longo prazo. “Quero abrir o mercado e fazer com que os torrefadores possam oferecer seus produtos em cápsulas. Quero valorizar o café brasileiro”, afirma Monica, que também é diretora-executiva da La Spaziale no Brasil, a empresa faz máquinas de café.
Nesta primeira fase da empresa, as cápsulas serão direcionadas para bares, hotéis e restaurantes. “No primeiro momento, não entro no mercado doméstico. Não entro concorrendo com a Nespresso. Vou trabalhar com uma cápsula que tem a patente quebrada há mais de 15 anos”, explica Monica. Os planos para o varejo estão guardados para o segundo semestre do ano que vem.
“Os hotéis, bares e restaurantes poderão servir um produto de qualidade com praticidade e constância durante o dia, principalmente com esse crescimento impulsionado pela Copa do Mundo e Olimpíadas e a dificuldade de se encontrar mão de obra especializada no setor”, destaca Monica. As cápsulas serão usadas em máquinas profissionais, adaptadas ou especialmente projetadas para extrair o café das cápsulas.
Até agora, Monica conta com dez torrefadores interessados na novidade. Um deles é o café Santa Monica, que administra fazendas em Minas Gerais. A ideia é adotar um sistema aberto de produção, com a participação ativa dos torrefadores no processo de envasamento.
A expectativa é que a máquina chegue da Itália no próximo mês para dar início à produção ainda em agosto. A previsão para o primeiro ano de operação é de 3 milhões de cápsulas, mas a meta é dobrar a produção em 2014. Outro diferencial da empresa será o uso de cápsulas biodegradáveis com tempo de decomposição de seis meses – de acordo com a empreendedora, os produtos tradicionais levam cerca de cinco anos.
Segundo dados da consultoria Euromonitor, as vendas brasileiras no varejo do café em cápsula cresceram mais de oito vezes na comparação dos anos de 2008 e 2012, de R$ 24,5 milhões para R$ 206,4 milhões.
A gerente de pesquisa da Euromonitor no Brasil, Meika Nakamura, destaca o potencial da categoria nos próximos cinco anos. “A Euromonitor estima que o café em cápsula no varejo irá crescer 117% em valor. Isso se deve ao aumento do poder aquisitivo, principalmente da classe média, e a oferta de modelos a preços acessíveis”, diz. A gerente pontua que há alguns anos existiam à disposição máquinas que custavam mais de R$ 800 e hoje há modelos a partir de R$ 280.
Veículo: O Estado de S. Paulo