Forno de Minas quer vender entre 20% e 30% do capital

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Por Marcos de Moura e Souza | De Belo Horizonte

Uma das principais marcas de pão de queijo do país está em busca de um sócio. A Forno de Minas, empresa que projeta fechar o ano com um faturamento de R$ 220 milhões, inicia hoje sua apresentação formal a investidores. A família do diretor-presidente Helder Couto Mendonça, controladora da companhia, fala em vender entre 20% a 30% da empresa e levantar cerca de R$ 150 milhões.

Será uma captação maior do que a realizada em 2010, quando a família vendeu 29% da Forno de Minas para o fundo de investimentos Mercatto. De lá para cá, a empresa só cresceu. O faturamento de R$ 60 milhões subiu em 2011 para R$ 100 milhões e no ano passado para R$ 145 milhões.

"A gente entra agora num segundo momento do plano de negócios e para isso vamos fazer essa segunda rodada de captação", disse Mendonça ao Valor. "Planejamos ter novas fábricas e produtos de outros segmentos. Continuaremos como congelados, mas vamos partir para outras categorias."

O objetivo é fazer da Forno de Minas uma empresa de alimentos em vez de uma marca de pão de queijo, diz o empresário. Segundo ele, o novo sócio não será necessariamente um grupo nacional. "Esperamos fechar essa operação nos próximos dois meses." O momento e o desempenho da empresa são muito mais favoráveis para essa captação do que em 2010, avalia ele. A Araújo Fontes, empresa com sede em Belo Horizonte, especializada em operações de fusões, aquisições e reestruturações assessora a Forno de Minas. O "roadshow" começa hoje, segundo Mendonça.

O pão de queijo congelado é o carro-chefe da Forno de Minas. Representa 70% das vendas, segundo o empresário. De acordo com um estudo desse mercado feito pela consultoria Nielsen, as marcas Forno de Minas e São Geraldo - também do grupo familiar - detêm juntas 46,5% das vendas em valor do quitute. O mesmo estudo coloca a Maricota, também de Minas, em segundo lugar com 6,9% e outra mineira, a Pif Paf, em terceiro, com 4,9%. A Forno de Minas tem também folhados, tortas, empanadas e wafles.

Além de pensar em ampliar mais seu portfólio de produtos com a nova captação, Mendonça avalia que há também muito espaço para crescer na produção e vendas de pão de queijo. Ele lembra que em 1999, ano em que a família vendeu a Forno de Minas para a americana Pillsbury (depois comprada pela General Mills), a produção de pães de queijo congelado era de 1,6 mil toneladas por mês. Em 2009, quando a família recomprou o negócio, a produção estava em 250 toneladas. Hoje está entre 1,1 mil e 1,2 mil toneladas. "Temos muito a crescer e a projeção é que só em 2015 chegaremos novamente a 1,6 mil toneladas."

Além do apetite do mercado interno, Mendonça também aposta do aumento das exportações. Neste primeiro semestre, a empresa mineira está vendendo o dobro para o exterior, segundo o empresário. A expectativa é fechar o ano com cerca de 1,2 mil toneladas, ante as 600 toneladas do ano passado. Os Estados Unidos são o principal mercado - formado principalmente por imigrantes brasileiros. A empresa também exporta para Canadá, Portugal, Inglaterra, Uruguai e Chile e espera começar a vender para mais dez países este ano.

A Forno de Minas, diz o empresário, está cumprindo o ciclo de investimentos de R$ 40 milhões programados para 2010 e 2013. A fábrica está passando por reformas, máquinas novas estão chegando e o espaço de armazenagem está sendo ampliado.

Em outra frente, a empresa lança nacionalmente em julho ou agosto uma marca de massas frescas congeladas. O nome está sendo criado pela agência de publicidade WMcCann, de Washington Olivetto. Será um produto gourmet em larga escala com preço na faixa dos R$ 12. A marca terá, segundo ele, a "chancela" da Forno de Minas na embalagem. Quando a família Mendonça recomprou a empresa em 2009, comprou também ativos da Frescarini, que estavam em poder da General Mills. E é usando esses ativos que os mineiros ingressam no mercado de massas.



Veículo: Valor Econômico


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