Gasto em sacolão é 43% maior que na feira

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O consumidor que possui tempo para fazer suas compras semanais em feiras livres leva vantagem e consegue fazer boa economia. Para se ter ideia do quanto se pode economizar, o Diário percorreu uma feira livre em Mauá e um sacolão, da mesma cidade, e constatou que a diferença de gasto chega a 42,76% na compra de uma cesta com 23 itens (entre frutas, verduras e legumes).

Enquanto no comércio de rua o consumidor paga R$ 62,90 pelo conjunto de itens, no estabelecimento privado a conta chega a R$ 89,80. A maior diferença fica por conta do quilo da uva rubi, com diferença de 225%, passando de R$ 2 para R$ 6,50. Em seguida está o maço de agrião, vendido por R$ 1 na feira e a R$ 3 no sacolão (variação de 200%). Na sequência, vem o maço de acelga: na barraca de rua a R$ 1,50 e no comércio privado, R$ 4 (166%).

Bastante usada no prato do dia a dia, seja ensopada, frita ou assada, a batata também tem preço flutuante. Na feira, o quilo do tubérculo é comercializado a R$ 1,50, enquanto que no sacolão o alimento é encontrado por até R$ 3,95 – diferença de 163,33% (veja arte abaixo).

O que, muitas vezes, garante a compra no sacolão é a falta de tempo das pessoas. “Estou sempre trabalhando no horário da feira. O único jeito é fazer as compras da semana no sacolão, que abre todos os dias no horário comercial”, conta Letícia Farias que, neste mês, está indo a feira de rua por causa de suas férias. “Aproveito para economizar”, brinca.

MAIS CARO

Um dos produtos de maior custo na feira livre é o caqui. O quilo da fruta é comercializado a R$ 6. O feirante, conhecido como Izaquiel, explica que a caixa de 20 quilos de caqui custa, no atacado, R$ 80. Ou seja, cada quilo da fruta sai a R$ 4. “Cobra-se R$ 6, o quilo, do cliente devido à margem de lucro do dono da barraca.”

O comerciante pontua que o fator que eleva o valor do item é o período de entressafra, ou seja, não é o momento de colheitas. “Além disso, ‘machuca’ com muita facilidade. Com menos caqui para vender, os preços sobem.” Sua plantação ocorre entre os meses de agosto e dezembro.

Por outro lado, há pouco tempo chegando a quase R$ 4 a caixa, o morango está bom para comprar e barato, vendido a R$ 2. Agosto, setembro e outubro são os meses onde o morango é abundante, devido a estar em tempo de safra.

XEPA

Muitos consumidores, de olho nos descontos, só vão a feira entre 11h30 e meio-dia. É a hora da xepa. Muitos produtos ficam pela metade do preço ou leva-se mais pela mesma quantia.

Segundo os feirantes que a equipe do Diário ouviu, a economia chega a R$ 20. Ou seja, se a lista com 23 produtos saiu por R$ 62,90, teoricamente, o cliente pagaria apenas R$ 42,90. Mas, no fim da feira, a dona de casa precisa ter mais paciência e tempo, já que fica mais difícil escolher os produtos de qualidade. “Quem procura acha”, brinca um comerciante da barraca de frutas.


PESQUISA

Manter a casa abastecida de frutas, legumes e verduras não é tarefa fácil. A dona de casa Zuleika Rolan Stachovski, 70 anos, deixa parte significativa do orçamento doméstico ao ir todas as quartas-feiras à feira livre, em Mauá. Segunda ela, o gasto semanal é de R$ 70, em média, o que soma R$ 280 no mês. “Fora a compra no mercado”, reforça.

Zuleika, que às vezes vai acompanhada do marido, o aposentado Rudi, 69 anos, pesquisa os melhores preços e aproveita para comprar frango fresco, peixe e fígado. “O bom da feira é que não tem coisa ‘passada’. É tudo de qualidade, bonito”, afirma.

A única reclamação da dona de casa é quanto à disparada do preço dos alimentos. “Ainda gasto menos comprando as coisas na rua do que nos mercados, mas não tem como negar que tudo subiu.”

A dona de casa Maria da Conceição Longo, 51 anos, consegue economizar um pouco indo mais tarde na feira. “Aproveito a xepa.”

Ela conta que gasta cerca de R$ 30. “Compro o que dá com essa quantia. Se não faço isso, a gente perde o controle e compra além do que pode.” Mesmo regrada, a cliente não abre mão de alguns itens, como batata, cebola, laranja, banana, tomate e algumas verduras para a semana. “O que der para levar além disso é lucro”, brinca a consumidora de Mauá. 



Veículo: Diário do Grande ABC


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